Boko Haram usa garota em ataque suicida com bomba e mata 15 pessoas em Camarões

A explosão ocorreu em um parque público na cidade de Mozogo, na área de Mayo-Tsanaga, em Camarões, na sexta-feira.

Fonte: Guiame, com informações da Unicef / International Christian ConcernAtualizado: segunda-feira, 11 de janeiro de 2021 às 13:04
O grupo terrorista Boko Haram pratica ataques em regiões de países africanos, como Nigéria, Níger, Chade e Camarões. (Foto: AFP)
O grupo terrorista Boko Haram pratica ataques em regiões de países africanos, como Nigéria, Níger, Chade e Camarões. (Foto: AFP)

Uma jovem garota, usada pelo grupo terrorista Boko Haram, cometeu um ataque suicida no meio de um parque lotado no norte de Camarões, matando pelo menos 15 pessoas, segundo relatos.

A explosão ocorreu em um parque público na cidade de Mozogo, na área de Mayo-Tsanaga, em Camarões, na última sexta-feira (8). Oito crianças com idades a partir de três anos estavam entre as vítimas, de acordo com a UNICEF.

Antes da explosão, os homens do Boko Haram entraram na cidade e dispararam aleatoriamente por toda a área, segundo informações da organização de vigilância de perseguição dos Estados Unidos, ‘International Christian Concern’ (ICC). Muitos moradores correram para o parque para se esconder, sem saber que Boko Haram tinha uma garota vestindo um colete com bombas dentro do parque.

“Continuo profundamente preocupada com o número crescente de ataques contra civis nas regiões Extremo Norte, Noroeste e Sudoeste dos Camarões”, disse a Diretora Executiva da UNICEF, Henrietta Fore, em um comunicado. “O aumento da violência agravou uma crise humanitária nacional e agora existem cerca de 3,2 milhões de crianças necessitadas em todo o país”.

Não está claro se a jovem se explodiu voluntariamente ou se foi forçada pelo Boko Haram.

“Com base na Nigéria, perto da fronteira com os Camarões, os terroristas do Boko Haram atacam regularmente civis e postos militares no norte dos Camarões”, observou Fore.

A ICC acrescentou que mesmo com Nigéria, Níger, Chade e Camarões formando uma coalizão de combate ao terrorismo em suas áreas, o Boko Haram ainda não foi derrotado.

“Apesar de todas essas quatro nações trabalharem juntas como uma coalizão, elas foram incapazes de conter a ascensão do Boko Haram. O grupo, que teve seu pico em 2015, mas perdeu muito em 2016 e 2017, voltou a crescer. Com a adição da facção ISWAP, o terrorismo no norte da Nigéria é quase tão ruim quanto no auge da insurgência”, explicou a organização em um texto sobre o caso.

Contexto

Em todas as regiões de língua inglesa do noroeste e sudoeste dos Camarões, algumas comunidades agrícolas apoiam grupos rebeldes que começaram a lutar pela independência em 2017, porque se sentem sub-representadas pelo governo central de língua francesa.

Nos últimos anos, os combates se espalharam pelas regiões anglófonas, com milhares de mortos e algumas igrejas apreendidas.

Em abril de 2020, as autoridades em Camarões admitiram que soldados estiveram envolvidos no assassinato de três mulheres e 10 crianças em um ataque em meados de fevereiro na província do Noroeste, no qual 21 pessoas foram mortas e várias casas foram saqueadas.

Depois de inicialmente alegar que as acusações contra soldados cúmplices no massacre na vila de Ngarbuh em 13 e 14 de fevereiro eram “falsas”, o governo camaronês anunciou que três soldados estavam sendo julgados por seu papel na matança de civis inocentes e na queima de casas em a região de maioria cristã anglófona.

O governo divulgou as conclusões de uma comissão conjunta de investigação lançada após relatos de que soldados se uniram a militantes Fulani em um ataque noturno que teria custado a vida de pelo menos 13 crianças e uma mulher grávida.

No ano passado, Camarões foi adicionado à lista anual da Portas Abertas (EUA), que aponta os 50 países onde os cristãos são mais perseguidos.

Camarões também está na lista dos piores violadores dos direitos humanos em 2020, de acordo com o grupo de direitos humanos ONU. Camarões torturou o jornalista Samuel Abuwe até a morte, massacrou crianças em idade escolar e ameaçou oponentes políticos, observa a lista.

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