Cientistas cristãos são vistos como menos inteligentes do que seus colegas, diz estudo

O estudo salienta a discriminação contra cristãos em áreas científicas de atuação.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: terça-feira, 31 de janeiro de 2023 às 16:45
Imagem ilustrativa de cientista em sua área de atuação. (Foto: Unsplash/Talha Hassan)
Imagem ilustrativa de cientista em sua área de atuação. (Foto: Unsplash/Talha Hassan)

Uma nova descoberta feita por pesquisadores da Universidade de Ohio revelou que indivíduos não religiosos tendem a discriminar cristãos que trabalham em campos científicos, pois acreditam que religião e ciência estão em conflito.

A pesquisa foi publicada na revista Public Understanding of Science (tradução livre: Compreensão pública da ciência) e analisa duas vertentes: as percepções de incompatibilidade entre o cristianismo e a ciência nos Estados Unidos e como isso influencia os estereótipos de cristãos de indivíduos não religiosos no campo.

Com um total de 365 entrevistados, o primeiro estudo descobriu que os 214 participantes não religiosos eram mais propensos do que os 151 participantes cristãos, a perceber o cristianismo e a ciência como incompatíveis. O segundo estudo contou com 799 entrevistados 520 cristãos e 279 participantes não religiosos.

Segundo o resumo do estudo, “manipular a compatibilidade percebida entre o Cristianismo e a ciência reduziu as percepções negativas da capacidade científica e do intelecto geral dos cristãos entre os participantes não religiosos”.

Entrevistados não religiosos apontaram os cristãos como menos inteligentes, enquanto os entrevistados cristãos alegaram que são mais inteligentes e científicos do que os participantes não religiosos. 

O motivo das discriminações sofridas pelos cristãos

O autor da pesquisa, Cameron Mackey, candidato a doutorado na Universidade de Ohio, afirmou: 

“Nossa pesquisa demonstra que perceber o conflito entre religião e ciência pode ter efeitos prejudiciais não apenas no desempenho e no interesse dos cristãos pela ciência, mas também nos estereótipos de pessoas não religiosas sobre os cristãos”.

E acrescentou: “Isto é, porque os indivíduos não religiosos são mais propensos a acreditar que o cristianismo e a ciência não podem trabalhar juntos, eles costumam estereotipar os cristãos como desinteressados ​​ou incompetentes na ciência”.

Essa discrepância de opiniões é observada por Cameron através de ateus como Sam Harris e Steven Prinker, que se opuseram a Francis Collins, um cristão evangélico que serviu como chefe dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA até sua aposentadoria em 2022.

"Estávamos interessados ​​nas consequências dessa crença no conflito ciência-religião para as atitudes de pessoas não religiosas em relação a cristãos", afirmou Cameron

De acordo com o site de notícias The Christian Post, o objetivo do autor era saber se a crença de que o cristianismo e a ciência entram em conflito entre si explica por que pessoas não religiosas estereotipam os cristãos como incompetentes nas relações científicas.

Perry Enever, o fundador da Canterbury Christianity and Science Interactive (tradução livre: Canterbury Cristianismo e Ciência Interativa), disse ao portal de notícias Premier Christian News, que os estereótipos são criados para serem refutados e afirmou que é preciso conhecer as pessoas que possuem questionamentos para evitar esse conflito.

Em uma entrevista ao Christian Headlines, no começo desse mês, o astronauta aposentado da NASA, Jeff Williams, afirmou que a ciência não "contradiz" o cristianismo, pois a ciência é fundamentada na Bíblia com elementos que Deus criou para a utilização da humanidade.

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