Colégio do RJ adota linguagem de 'gênero neutro': "Querides alunes"

Em uma circular enviada aos pais e responsáveis de alunos, o Liceu Franco-Brasileiro informou que irá adotar 'estratégias gramaticais de neutralização de gênero'.

Fonte: Guiame, com informações da UOL / Jovem PanAtualizado: quinta-feira, 12 de novembro de 2020 às 14:44
Liceu Franco-Brasileiro está localizado em Laranjeiras, zona sul do Rio de Janeiro. (Foto: Wikimaps)
Liceu Franco-Brasileiro está localizado em Laranjeiras, zona sul do Rio de Janeiro. (Foto: Wikimaps)

O colégio Liceu Franco-Brasileiro, na Zona Sul do Rio de Janeiro gerou polêmica entre pais e responsáveis de alunos, ao emitir uma circular, informando que irá adotar “estratégias gramaticais de neutralização de gênero na instituição".

A exemplo disso, a escola já expôs como serão usados alguns termos nesse novo sistema. A expressão "queridos alunos", por exemplo, será substituída por "querides alunes", o que indica não haver inclicanação, nem para o gênero feminino, nem para o masculino nas palavras.

A direção da escola tentou justificar a decisão, alegando que a neutralização de gênero gramatical visa “tanto o enfrentamento do machismo e do sexismo no discurso quanto à inclusão de pessoas não identificadas com o sistema binário de gênero”.

Ainda de acordo com a circular, a alteração permite que "docentes e estudantes manifestem livremente sua identidade de gênero contribuindo para uma representação mais digna e igualitária dos diferentes gêneros".

Além disso, o comunicado enviado aos pais também informou que o ‘Comitê da Diversidade e da Inclusão’ realizará palestras sobre a questão no colégio.

As reações dos pais foram divergentes. Alguns foram favoráveis, mas outros repudiaram a decisão. O pai de um aluno do 7º ano, que pediu para não ser identificado, disse que não é contra que os professores e alunos se tratem em um "terceiro gênero".

"Eu consigo pensar fora da minha bolha. Se o colégio tiver algum aluno ou for receber alunos que vão se sentir melhor com esse tipo de comunicação eu não tenho como ser contra. Isso não vai mudar os valores do meu filho. Se vai fazer as outras pessoas se sentirem bem, OK. Se o professor chegar na sala de aula e ao invés de falar 'oi, meninos', falar 'oi, menines', isso não vai mudar a minha vida nem a do meu filho", afirmou.

Já a mãe de uma aluna do 6º ano, que também pediu para não ter o nome divulgado, explicou que está preocupada quanto à qualidade do ensino da língua portuguesa a partir de então.

"Estamos cobrando um posicionamento da escola, todos foram pegos de surpresa. Eu sou contra o ensino da mudança da língua portuguesa. Isso eu sou absolutamente contra. Até porque tem palavras que quem define o gênero é artigo. O português é muito complexo e eu acho que não tem necessidade dessa mudança. É uma corrente que está ganhando força nos ambientes escolares, debates sobre a neutralização, vídeos circulam e defendem isso. Eu não sou a favor do ensino disso na sala de aula. A maioria dos pais não está aceitando isso. Eu não gostaria que a mudança de português fosse ensinada e cobrada dos alunos", disse ela.

Ao comentar a situação, a direção do Liceu Franco-Brasileiro afirmou que é uma instituição "comprometida com a qualidade da educação e o respeito à diversidade e à inclusão" e reforçou “o respeito à autonomia de professores e alunos no uso da neutralização de gênero gramatical na escola”.

O caso foi comentado no programa “Pingos nos Is”, da Jovem Pan, que é apresentado por Vitor Vitor Brown, com participação dos jornalista Augusto Nunes, José Maria Trindade e Guilherme Fiuza e a atleta e comentarista Ana Paula Henkel.

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