Na última segunda-feira (6), o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, transformou formalmente uma antiga igreja bizantina em Istambul, em uma mesquita.
O caso ocorreu quatro anos depois de seu governo ter designado o templo como casa de oração muçulmana, apesar das críticas da Grécia.
Em 2020, a Turquia converteu formalmente a “Igreja de São Salvador” em Chora, conhecida como “Kariye” em turco, em uma mesquita. Isso aconteceu depois que a Haghia Sophia, um marco histórico de Istambul, também foi transformada novamente em uma mesquita.
Segundo a Associated Press, o lançamento formal da igreja como mesquita foi adiado porque a estrutura passou por restauração.
Porém, o presidente turco liderou uma cerimônia remota na última segunda-feira (6) que marcou a inauguração do local — bem como de outras estruturas recentemente restauradas — em uma sala de conferências no complexo de seu palácio em Ancara.
“Que isso traga boa sorte”, disse Erdogan durante o evento televisionado.
Monumento histórico
A igreja, situada perto das antigas muralhas da cidade de Istambul, é famosa por seus mosaicos e pinturas do século IV, embora o edifício tenha assumido a forma atual nos séculos XI-XII.
De acordo com a Associated Press, a estrutura serviu como mesquita durante o domínio otomano antes de ser transformada em museu em 1945.
As mudanças atraíram elogios dos muçulmanos. No entanto, a Grécia e outros países criticaram a decisão do governo turco de transformá-la novamente numa mesquita e insistiram para que a Turquia protegesse os monumentos da era bizantina, acusando Ancara de “insultar o carácter” de outro Património Mundial.
As decisões de transformar Haghia Sophia e a Igreja de São Salvador novamente em mesquitas — ambos estão listados como Patrimônio Mundial da ONU — foram vistas como medidas destinadas a consolidar a base de apoio conservadora e religiosa do partido no poder de Erdogan, num contexto de crise econômica.
Em 2020, Erdogan se juntou a centenas de fieis para as primeiras orações muçulmanas em Hagia Sophia em 86 anos. Cerca de 350 mil pessoas participaram das orações fora da estrutura.
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