Confederação Brasileira de Basquete demite preparador físico após post contra aborto

Diego Falcão foi demitido após as jogadoras da seleção feminina reclamarem sobre seu apoio ao “PL Antiaborto”.

Fonte: Guiame, com informações de Folha de S.PauloAtualizado: segunda-feira, 24 de junho de 2024 às 17:24
 Diego Falcão. (Foto: Reprodução/Instagram/Diego Falcão).
Diego Falcão. (Foto: Reprodução/Instagram/Diego Falcão).

A Confederação Brasileira de Basquete (CBB) demitiu o preparador físico da seleção feminina após ele publicar posts contra o aborto nas redes sociais.

Segundo a Folha de S.Paulo, Diego Falcão fazia parte da comissão técnica e se declarou a favor do “PL Antiaborto” nos últimos dias.

Em postagem, Diego, que é cristão católico, afirmou que "qualquer país que aceite o aborto não está ensinando o seu povo a amar, mas a usar qualquer violência para conseguir o que deseja".

A decisão da CBB aconteceu após um pedido das jogadoras, que ficaram incomodadas com o pocisionamento pró-vida do preparador.

As atletas, incluindo Clarrisa dos Santos e Damiris, criticaram Falcão nas redes sociais após suas postagens.

"Inaceitável que um profissional, que trabalha com o feminino, demonstre esse tipo de posicionamento nas redes sociais. O estupro é um crime grave”, escreveu Damiris.

No domingo (23), Diego se pronunciou sobre o caso, agradecendo o apoio que recebeu através de mensagens.

“Quero agradecer de coração a todos que me enviaram mensagens positivas, ligaram e manifestaram publicamente seu apoio. No início, foi muito difícil assimilar tudo, mas o apoio de vocês me emocionou profundamente”, escreveu ele.

“Em breve, vou falar com vocês, como sempre fiz na minha vida, me posicionar com clareza e transparência. Obrigado por estarem ao meu lado nesse momento. Não brinquem com as coisas de Deus!”, acrescentou.

O profissional ainda citou uma frase de Billy Graham sobre a rejeição da mensagem do Evangelho: 

“O mundo aceita bem todas as religiões, só não aceita o Evangelho porque o Evangelho exige mudança. É impossível viver para Deus, sem morrer para o mundo”.

 
 
 
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Desinformação sobre a PL Antiaborto

O Projeto de Lei (PL) 1904/24, de autoria do deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), pretende punir com as mesmas penas aplicáveis ao homicídio a realização de aborto após a vigésima segunda semana de gestação, direcionadas especificamente ao médico que realizar o procedimento.

A principal justificativa para a elaboração do PL, segundo seu autor, é a proteção da vida, uma vez que em uma gestação de 22 semanas (cinco meses e meio) já há a possibilidade de a criança sobreviver fora do ambiente uterino.

Após a aprovação da urgência do PL, o que significa que ele será analisado diretamente no plenário da Câmara sem discussões prévias em comissões temáticas, a proposta passou a sofrer uma intensa narrativa e desinformação para dificultar seu avanço.

De acordo com o deputado federal Nikolas Ferreira, os argumentos contrários são sustentados por narrativas que distorcem o teor do projeto, como por exemplo, alegações de que com sua aprovação haveria punição a menores e ainda que a proposta beneficia o estuprador. Os contrários batizaram a proposta pejorativamente de "Projeto do Estuprador".

É essencial destacar que indivíduos menores de 18 anos não serão sujeitos a essa penalidade, já que o Código Penal os classifica como inimputáveis. Portanto, a ideia de que o projeto de lei puniria menores é sem base.

Quanto à preocupação de que o projeto possa elevar a vulnerabilidade de mulheres grávidas em consequência de estupro, é importante notar que a legislação proposta não modifica as circunstâncias que excluem a punibilidade do aborto em situações de estupro ou quando há risco à vida da mãe até o ponto de viabilidade do feto.

O aborto no Brasil continua permitido em três situações específicas, sem um limite de idade gestacional estipulado: quando houver estupro, quando a vida da mulher está em risco e em casos de feto anencéfalo (que não tem cérebro).

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