Os confrontos no Sudão iniciados há alguns dias, entre o Exército e um grupo poderoso de paramilitares, já deixaram centenas de mortos e quase 2.000 feridos.
Os ataques aéreos atingiram 4 hospitais em Cartum e, pelo menos, outros 16 hospitais estão fora de serviço. Segundo um grupo médico, não há bolsas de sangue e materiais para cuidar dos feridos. Muitos sudaneses já estão sem água e eletricidade, conforme notícias da DW.
Os combates começaram após meses de tensões entre dois líderes militares rivais. As Forças Armadas do Sudão, sob o comando do general Abdel Fatah al-Burhan, e unidades paramilitares das Forças de Apoio Rápido (FAR), chefiadas pelo vice-presidente do Conselho Soberano, Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti.
Início dos conflitos
O atual confronto foi desencadeado devido às negociações de uma reforma do setor de segurança. Desde que as forças militares e representantes civis assinaram, em dezembro, um acordo de transição, estão em andamento negociações para integrar as FAR ao Exército sudanês.
Essa integração poderia significar a perda de influência de paramilitares. Analistas acreditam que Hemedti, cujo grupo paramilitar é estimado em 100 mil homens, não seria a favor da reestruturação.
Em fevereiro, num discurso que chamou o golpe de "erro", Hemedti descreveu a ação como a "porta de entrada para o antigo regime". O discurso televisionado ocorreu em meio às crescentes tensões sobre a reestruturação militar, que descarrilhou o retorno ao regime civil.
Cristãos no fogo cruzado
Conforme a Mission Network News (MNN), os cristãos podem ser atingidos pelo confronto violento. “Uma bala perdida matou um cristão e uma igreja em Cartum já foi incendiada”, disse o pastor Richard (nome fictício por razões de segurança).
Outro cristão foi capturado pelo governo e ainda não há notícias de seu paradeiro. “Estamos orando por ele”, disse o pastor.
Além disso, Richard também fez um alerta. “O governo e os islâmicos querem queimar as igrejas e cometer atrocidades em meio a esse caos. É isso que tememos e oramos para que Deus proteja a Igreja e seu povo”, concluiu.
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