Evangelista no Sudão pede ajuda para fugir de radicais islâmicos: “Não estou seguro”

Adam Mohamad, de 49 anos, está escondido e já sofreu tentativas de sequestro devido ao seu trabalho evangelístico.

Fonte: Guiame, com informações de Morning Star NewsAtualizado: quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023 às 19:48
Adam Mohamad está escondido e já sofreu tentativas de sequestro. (Foto: Imagem ilustrativa/Wikimedia Commons/Azhari alalla).
Adam Mohamad está escondido e já sofreu tentativas de sequestro. (Foto: Imagem ilustrativa/Wikimedia Commons/Azhari alalla).

Um evangelista no Sudão está correndo risco de morte por discipular um grupo de ex-muçulmanos que aceitaram a Cristo.

De acordo com o Morning Star News, Ahmad Adam Mohamad, de 49 anos, precisou se esconder ao ser alvo de tentativas de ataques extremistas de familiares islâmicos, no estado de North Darfur.

No dia 6 de fevereiro, alguns parentes foram até a casa do evangelista e o ameaçaram, ordenando que ele deixasse a fé cristã e voltasse ao islã.

Mohamad se tornou cristão há 10 anos e hoje discipula um grupo de 25 novos convertidos ex-muçulmanos, o que irritou sua família.

Na última quinta-feira (9), um grupo de radicais islâmicos em um veículo foi até a sua casa, mas ele não estava.

“No sábado (11), outro grupo foi enviado à minha casa com a missão de me prender e sequestrar”, relatou o evangelista, ao Morning Stars News, acrescentando que ele escapou por pouco.

Depois das tentativas de ataque, Mohamad tem se escondido e se mudado frequentemente de local para evitar ser encontrado pelos muçulmanos.

O líder diz que não está conseguindo se alimentar porque não pode ir trabalhar no mercado local. “Não como há quase dois dias”, revelou.

Adam Mohamad está pedindo ajuda para fugir para um local seguro e se proteger da perseguição.

“A situação é extremamente difícil – não estou nada seguro. Peço a todos os irmãos que orem e me ajudem a sair desta área para um lugar mais seguro”, declarou.

Perseguição no Sudão

Os cristãos no Sudão, principalmente em Darfur, sofrem cada vez mais perseguição de extremistas muçulmanos. Casos como o de Mohamad aconteceram nos últimos meses.

No mês passado, um pastor e outros três cristãos foram mortos a tiros por extremistas islâmicos, em um ataque a um hotel onde estavam hospedados, em Kadugli, no estado de Kordofan do Sul.

Após dois anos de avanços na liberdade religiosa no Sudão com o fim da ditadura islâmica em 2019, autoridades voltaram a perseguir os cristãos desde o golpe militar de 2021. 

Segundo a Christian Solidarity Worldwide (CSW), autoridades ameaçaram os líderes da igreja que vivem em campos de deslocados internos, afirmando que seriam acusados ​​de apostasia se continuassem a se reunir para orar.

“Quando os líderes protestaram, citando as mudanças legais feitas no governo de transição, eles foram informados de que o golpe havia mudado a situação legal”, disse a CSW.

Antes e depois do golpe militar do ano passado, os seguidores de Jesus continuaram sendo perseguidos. O Sudão permaneceu em 10º lugar na Lista da Perseguição 2023 da Missão Portas Abertas, de países mais difíceis para ser um cristão.

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