Desenho cristão na Rede Minas é alvo de pedido de investigação por ‘preconceito de gênero’

O Conselho de Defesa dos Direitos Humanos pediu que Ministério Público de MG investigue a animação infantil “Danizinha Protetora”.

Fonte: Guiame, com informações do TempoAtualizado: quinta-feira, 25 de julho de 2024 às 16:18
Divulgação do desenho “Danizinha Protetora”, exibido pela Rede Minas. (Reprodução: EMC/MG)
Divulgação do desenho “Danizinha Protetora”, exibido pela Rede Minas. (Reprodução: EMC/MG)

Um desenho cristão, que começou a ser exibido nesta segunda-feira (22) dentro da programação da Rede Minas, está sendo alvo de contestações e pedidos de retirada da grade da emissora pública, vinculada ao governo de Minas Gerais.

A animação educativa “Danizinha Protetora”, criada pela pastora e vice-presidente da Igreja Batista Getsêmani, Daniela Linhares, está sendo alvo de pedido de investigação pelo Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos, que já acionou o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).

O órgão denuncia suposto preconceito de gênero na exibição do desenho animado.

Segundo informou O Tempo, o Conselho argumenta que uma propaganda referente à atração infantil com a frase “Menino e Menina: Deus fez os dois para sua glória!", e com “fundo azul para meninos e rosa para meninas”, pode configurar postura irregular da televisão. Além disso, o texto apresenta outros elementos que denunciam risco à liberdade de crença.

‘Confiança em Deus’

Ao descrever o desenho Danizinha Protetora em seu site, a Fundação TV Minas Cultural e Educativa (FTVM) diz que “a garotinha ensina a importância da confiança em Deus.”

“Ela (Danizinha) encarna a defensora dos valores cristãos e ensina a importância da confiança em Deus e como reconhecer situações que podem comprometer seu bem-estar”.

Robson Sávio Reis Souza, presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos de Minas Gerais (CONEDH/MG), que assina o texto, escreve ainda que viu com “estupefação” a propaganda sobre o desenho e o “advento deste programa”, além da averiguar “falta de informações que o isente de ser um programa que possua uma linha fundamentalista, antipluralista e preconceituosa”.

Ele pede que o MPMG investigue se há preservação da laicidade do Estado e preservação do interesse público em detrimento do privado.

Daniela Linhares

Em entrevista ao veículo, Daniela Linhares disse que teria cedido os direitos autorais da animação “Danizinha Protetora” à Rede Minas.

“O contrato não envolve valores. Cedi todos os direitos. Não recebo nada, mas também não pago nada. Não pode vincular propaganda ao produto e, para mim, é uma forma de divulgação do projeto”.

A pastora argumentou que o desenho não teria qualquer relação com religião e não seria financiado pela Igreja Batista Getsêmani.

Um abaixo-assinado encabeçado pela Rede Brasileira de Educação em Direitos Humanos em Minas Gerais e por professores eméritos e titulares da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) pede a “imediata retirada” do programa Danizinha Protetora da grade de programação da Rede Minas.

‘Chega de ódio’

Em seu Instagram, a senadora Damares Alves manifestou indignação ao escrever em letras maiúsculas.

“Não é isto? Querem a retirada do programa pois a autora chamou menino de menino e menina de menina? Querem a centura do programa, pois as cores são azul e rosa para representar meninos e meninas? Então o Conselho vai também começar a impedir os chás de revelação do sexo dos bebês no Brasil?”

E continuou: “As crianças também assistem o programa infantil que os pais quiserem. Que fique bem claro que os filhos pertencem aos pais. Acho que está na hora desta militância deixar as famílias em paz. Está ficando muito feio este patrulhamento desnecessário.”

E finalizou: “Vamos ser felizes! Vamos nos amar! Chega de ódio aos cristãos. Deixem as famílias em paz!”

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