Em relatório, ONU denuncia trabalho forçado de minorias na China: “Desumano e degradante”

De acordo com o relator, as práticas abusivas incluem ameaças, violência física e até sexual.

Fonte: Guiame, com informações de Político ProAtualizado: quinta-feira, 18 de agosto de 2022 às 16:06
Xi Jinping, presidente da China. (Foto: Flickr/Global Panorama)
Xi Jinping, presidente da China. (Foto: Flickr/Global Panorama)

Conforme o novo relatório da ONU que “irritou Pequim”, alguns aspectos da política da China podem até equivaler à “escravidão  e crimes contra a humanidade”. 

O “trabalho forçado” foi encontrado na região de Xinjiang, um território autônomo ao noroeste do país, numa região vasta de desertos e montanhas, onde vivem muitas minorias étnicas, como os uigures e os cazaques.

O especialista da ONU disse que “é razoável concluir que o trabalho forçado entre as minorias, em setores como agricultura e manufatura, ocorreu na região ocidental onde a China foi acusada de abusos de direitos humanos e até de genocídio”.

“Violência física e sexual e outros tratamentos desumanos”

De acordo com o boletim europeu Político Pro, “o Relator Especial da ONU, Tomoya Obokata, fez comentários contundentes sobre formas contemporâneas de escravidão’.

Lembrando que o conceito de escravidão é pautado no regime de trabalho onde homens e mulheres são forçados a executar tarefas sem receber remuneração, além de ter suas liberdades negadas, pois são tratadas como “propriedades” e não pessoas.

O relatório, que foi divulgado na última quarta-feira (17), aponta para a “natureza e  extensão dos poderes exercidos sobre os trabalhadores afetados durante o trabalho forçado, incluindo vigilância excessiva, condições de vida e trabalho abusivas, restrição de movimento por meio de internação, ameaças, violência física e/ou sexual e outros tratamentos desumanos e degradantes”.

“Alguns casos podem equivaler à escravização como um crime contra a humanidade, merecendo uma análise independente adicional”, continua. 

China se defende

Ainda conforme o relatório da ONU, o trabalho forçado também foi identificado no Tibete. Depois da publicação, Pequim criticou o especialista em escravidão da ONU.

“Um certo relator especial prefere acreditar em mentiras e desinformações sobre Xinjiang espalhadas pelos EUA e alguns outros países ocidentais e forças anti-China”, disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.

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