Empresa anuncia testes com chip implantado no cérebro para conectá-lo a máquinas

Bilionário Elon Musk diz que tecnologia deverá ser usada também para tratar pacientes com doenças neurológicas.

Fonte: Guiame, com informações do GloboAtualizado: quarta-feira, 17 de julho de 2019 às 19:50
O bilionário e CEO da Tesla, Elon Musk. (Foto: Frederic J. Brown/AFP)
O bilionário e CEO da Tesla, Elon Musk. (Foto: Frederic J. Brown/AFP)

Neuralink é um dispositivo desenvolvido pela empresa de Elon Musk que, segundo o bilionário, vai fazer frente à inteligência artificial para evitar que humanos sejam relegados a papel de 'gatos domésticos'. O empresário afirma que a tecnologia deverá ser usada também para tratar pacientes com doenças neurológicas

O dono da Tesla detalhou na noite de terça-feira (16) os progressos que sua start-up Neuralink está fazendo em uma interface que conecta o cérebro com computadores, e que deve começar a ser testada em pessoas no próximo ano.

A Neuralink mostrou a primeira versão de um pequeno sensor, um chip que pode ser implantado em um cérebro através de uma pequena incisão feita por um robô especialmente construído para executar essa tarefa de alta precisão.

“Podemos fazer uma interface cérebro-máquina completa”, afirmou Musk junto a membros da Neuralink em um evento em São Francisco (EUA) para mostrar seus avanços e recrutar talentos nos campos de software, robótica, neurociência, entre outros.

“O projeto pode alcançar uma espécie de simbiose com a inteligência artificial”, disse Musk, “empreendedor futurista que também lidera a Tesla e a SpaceX.

Humanos podem cirar 'gatos domésticos'

Musk diz que um elo que una as mentes às máquinas é vital para se preparar para os avanços da inteligência artificial que, segundo ele, irá confrontar os humanos com o risco de serem relegados a um papel de "gatos domésticos".

“Os sensores que apresentamos são minieletrodos, e o robô os implanta delicadamente”, explicou Musk, observando que pode haver milhares desses eletrodos conectados a um cérebro. 

“É algo que não será estressante, que funcionará bem e não requer conexões físicas”, acrescentou.

O chip vai se comunicar por via aérea com um tipo de aparelho auditivo que envia informações para um aplicativo de smartphone, segundo a Neuralink. 

Por enquanto, o objetivo é que uma pessoa com implantes controle o telefone com pensamentos, mas a tecnologia pode eventualmente ser estendida a outros dispositivos, como braços robóticos.

“Tem um tremendo potencial”, celebrou Musk, que anunciou planos: Esperamos implantar em um paciente humano antes do final do próximo ano.

Doencas neurológicas

Segundo um neurocirurgião da Neuralink, um dos primeiros objetivos dessa tecnologia é tratar pacientes com doenças neurológicas.

Mas, a longo prazo, o objetivo é tornar os implantes tão seguros, confiáveis e simples que possam entrar no campo da cirurgia eletiva para aqueles que querem capacitar seu cérebro com o poder de um computador.

Musk assegura que a meta é que colocar um desses implantes no cérebro seja um procedimento tão simples quanto uma cirurgia a laser dos olhos.

Preocupações

Existem preocupações e dúvidas sobre o implante de chip em humanos.

Para a psicóloga cristã, Marisa Lobo há uma grande preocupação no mundo com essa onda de "inteligência artificial que pode parar em mãos maquiavélicas e manipuladoras”. Ela diz que “tudo será uma questão de propósito e ética”.

“Eles podem sim, usar a tecnologia para manipular eletronicamente pessoas e pensamentos. Há a preocupação de vários cientistas sobre o uso desse chip para controlar e estimular a inteligência, de modo a sair de seu propósito inicial”, explica a psicóloga.

Marisa, no entanto, defende o uso da tecnologia para “curar doenças neurológicas, como Parkinson e para ajudar pessoas conseguirem andar por exemplo, quando há uma lesão neurológica, na coluna. É um avanço.”

A psicóloga esclarece que tudo está no objetivo desse tipo de tecnologia. "É preciso ver se é para o bem, bem de quem e de que forma... Mas se passar por cima da naturalidade humana, para contemplar um poder maior, ou seja, equiparar-se a Deus, aí é preocupante”, afirma.

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