Governo Trump dá início à força-tarefa contra preconceito anticristão

Liderada pela procuradora-geral Pam Bondi, a força-tarefa visa ‘proteger o direito de todos os americanos de se expressarem e adorarem livremente’.

Fonte: Guiame, com informações da Newsweek e White HouseAtualizado: quinta-feira, 24 de abril de 2025 às 13:00
Pam Bondi, procuradora-geral dos EUA, discursa na CPAC 2025, realizada no Gaylord National Resort em Maryland. (Foto: Wikipedia)
Pam Bondi, procuradora-geral dos EUA, discursa na CPAC 2025, realizada no Gaylord National Resort em Maryland. (Foto: Wikipedia)

Semanas após o início de seu segundo mandato, Donald Trump assinou uma ordem executiva intitulada "Erradicação do Preconceito Anticristão".

O documento tem como objetivo "proteger as liberdades religiosas dos americanos e acabar com o uso do governo como ferramenta anticristã", além de identificar práticas anticristãs e sugerir mudanças políticas.

Liderada pela procuradora-geral Pam Bondi, a força-tarefa reúne diversos setores governamentais.

"Como demonstrado pelos relatos de nossas vítimas hoje, o Departamento de Justiça de Biden abusou e atacou cristãos pacíficos, ignorando ofensas violentas e anticristãs. Graças ao Presidente Trump, acabamos com esses abusos e continuaremos a trabalhar em estreita colaboração com todos os membros desta Força-Tarefa para proteger o direito de todos os americanos de se expressarem e adorarem livremente", disse Bondi.

Neste mês de abril, o Secretário de Estado, Marco Rubio, orientou funcionários do Departamento de Estado a reportarem quaisquer incidentes desse tipo ocorridos durante o governo Biden.

‘Proteger liberdades religiosas’

A Ordem Executiva assinada pelo presidente americano diz: "É a política dos Estados Unidos, e o propósito desta ordem, proteger as liberdades religiosas dos americanos e acabar com a instrumentalização anticristã do governo. Os Fundadores estabeleceram uma Nação na qual as pessoas eram livres para praticar sua fé sem medo de discriminação ou retaliação por parte de seu governo."

Agora, a Administração Trump reuniu diversos setores para colocar em prática a ordem executiva e intensificar esforços para erradicar o que chama de "preconceito anticristão".

Nesta semana, a força-tarefa realizou sua reunião inaugural, onde os participantes debateram alegações de terem sido "injustamente alvos do governo Biden devido às suas crenças religiosas", conforme comunicado à imprensa do Departamento de Justiça.

Denúncias de preconceito anticristão

O Departamento de Assuntos de Veteranos (VA) criou sua própria força-tarefa e está ordenando que a equipe denuncie colegas à unidade por casos de "preconceito anticristão".

O secretário do VA, Doug Collins, disse que seu departamento lançou uma força-tarefa para revisar o "tratamento dos cristãos" pelo governo Biden.

"A Força-Tarefa do VA agora solicita a todos os funcionários do VA que enviem qualquer caso de discriminação anticristã para [email protected]", dizia um e-mail. "Os envios devem incluir identificadores suficientes, como nomes, datas e locais."

Além disso, o departamento está investigando "respostas negativas a solicitações de isenções religiosas relacionadas aos mandatos de vacinação anteriores" e "ações retaliatórias, realizadas ou ameaçadas, contra aqueles que optaram por não seguir determinados procedimentos ou tratamentos, como aborto ou terapia hormonal".

Símbolos cristãos

A força-tarefa também será responsável por tratar casos envolvendo maus-tratos relacionados à exibição de símbolos cristãos ou à recusa em participar de atividades contrárias às crenças cristãs. Além disso, avaliará possíveis discriminações em promoções ou medidas disciplinares contra capelães e funcionários devido à expressão religiosa, conforme mencionado no e-mail.

A força-tarefa do Departamento de Assuntos de Veteranos (VA) opera de forma independente da liderada por Bondi.

Em fevereiro, Trump declarou que a força-tarefa de Bondi teria como objetivo "lidar plenamente com a violência e o vandalismo anticristãos em nossa sociedade, além de fazer todo o possível para proteger os direitos dos cristãos e fiéis religiosos em todo o país".

Na reunião inaugural da força-tarefa, autoridades do governo Trump e líderes religiosos apresentaram diversas alegações de preconceito anticristão durante o governo Biden.

Michael Farris, advogado representando uma igreja da Virgínia, afirmou que a Receita Federal (IRS) investigou a instituição por supostas violações da Emenda Johnson, que proíbe igrejas de se envolverem em campanhas políticas para manter o status de isenção fiscal.

Além disso, representantes da Liberty University e da Grand Canyon University alegaram que suas instituições foram multadas injustamente devido à sua visão cristã.

Outras acusações envolveram a recusa de isenções religiosas relacionadas à vacinação obrigatória contra a Covid-19 para militares, tratamento desigual de oficiais cristãos do Serviço Exterior e tentativas de restringir a expressão cristã em escolas e órgãos federais.

Além disso, críticos apontaram que o governo Biden teria marginalizado feriados cristãos, priorizando celebrações não cristãs, e desfavorecido provedores de assistência social com base religiosa.

Os palestrantes também afirmaram que funcionários federais cristãos enfrentaram retaliações por se posicionarem contra políticas de DEI e LGBT que consideravam incompatíveis com suas crenças religiosas.

Críticas

Rachel Laser, presidente e CEO da Americans United for Separation of Church and State, criticou a medida, declarando:

"Se Trump realmente se importasse com a liberdade religiosa e o fim da perseguição religiosa, ele estaria abordando o antissemitismo em seu círculo íntimo, a intolerância antimuçulmana, os crimes de ódio contra pessoas de cor e outras minorias religiosas",

"Esta força-tarefa não é uma resposta à perseguição aos cristãos; é uma tentativa de transformar os Estados Unidos em uma nação nacionalista cristã ultraconservadora."

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