Grupo responsável por 'Chaves' repudia paródia da Globo sobre Bolsonaro

O grupo Chespirito lamentou que a imagem dos personagens tenha sido usada para fins políticos.

Fonte: Guiame, João NetoAtualizado: quarta-feira, 23 de janeiro de 2019 às 11:45
Na esquete, Adnet imita "o capitão", com referências a Jair Bolsonaro chegando à Vila do Chaves. (Imagem: Gshow)
Na esquete, Adnet imita "o capitão", com referências a Jair Bolsonaro chegando à Vila do Chaves. (Imagem: Gshow)

Na última segunda-feira (22), o grupo Chespirito — detentor dos direitos sobre o programa de TV mexicano 'Chaves' - emitiu uma nota oficial via Instagram, repudiando a paródia feita pelo programa 'Tá no Ar', da rede Globo sobre Jair Bolsonaro.

No quadro protagonizado por Marcelo Adnet, a vila do Chaves e seus personagens são usados para fazer uma esquete na qual a imagem do presidente eleito é associada a um ditador.

O grupo lamentou que a imagem dos artistas que fizeram história como entretenimento familiar na TV internacional tenha sido usada de alguma forma para fins políticos.

"O Grupo Chespirito não aprova nem compartilha das opiniões ou pensamentos apresentados no esquete de Chaves exibido no programa Tá no Ar. Respeitamos as correntes de pensamento e a liberdade de expressão, mas não nos associamos a qualquer opinião e conceito geral e político expressado pelos atores caracterizados como os personagens de Chaves", diz a nota reproduzida em português e espanhol no Instagram.

No quadro 'Vila Militar de Chaves', o nome de Jair Bolsonaro não chega a ser mencionado, mas a imitação de Adnet não deixa dúvidas sobre a intenção de retratar o presidente. O 'personagem' é chamado apenas de “o capitão”.

"É isso mesmo. Eu sou o novo dono dessa vila. Depois de anos de má incompetência e má administração, eu vim resolver essa questão", diz o capitão, entrando em cena diante de Chaves (Márcio Vito), que fica em pânico com a notícia da nova gestão.

Nota oficial foi publicada pelo grupo Chespirito no Instagram. (Imagem: Instagram - Reprodução)



Quase todos os personagens da vila acabam sendo chamados pelo capitão de “vagabundos”. Seu Madruga, por estar desempregado, o Chaves, por não trabalhar (apesar de ser criança) e por viver de uma “bolsa-barril” e o professor Girafales, que nas palavras do personagem de Adnet “prega ideologia de gênero e difunde o ‘kit gay’ e o darwinismo”.

A Globo informou que o quadro já estava planejado para antes da posse de Bolsonaro, mas a esquete acabou sendo atualizada com falas como a que faz uma referência distorcida às declarações da ministra da pasta da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves sobre "menino vestir azul e menina vestir rosa". Voltando-se para dona Florinda e o filho Kiko, o militar diz: "Tá tudo errado essa família aí. Você vestindo azul, sem nenhum homem na casa. Tá tudo errado isso aí. Por isso que seu filho é afeminado".

Crise

Antes mesmo de tomar posse como presidente eleito, Jair Bolsonaro já se mostrou favorável à proibição da prática do BV (Bonificação por Volume), mecanismo que beneficiaria a rede Globo por veiculação de propagandas do governo.

A emissora também vem enfrentando uma somatória de crises com seus programas em uma sequência de registros de baixa audiência e cancelamentos, como os programas "Amor e Sexo" e "Video Show", que já deixaram de ser produzidos. Além disso, os programas "Encontro" e "Bem-estar" também não são mais veiculados na Bahia, pois estão perdendo em audiência para programas locais.

De acordo com a Folha de S. Paulo, em 2017 e 2018 a Globo recebeu 50% do total de investimentos da publicidade estatal.

Em agosto do ano passado, durante entrevista ao vivo na bancada do Jornal Nacional, o então candidato Bolsonaro acusou o canal da família Marinho de viver do dinheiro público e destacou que esta verba precisa redirecionada para causas de mais urgência no país, como Saúde, Segurança e Educação.

 

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