Igrejas reforçam segurança em meio ao aumento de ataques nos EUA e Europa

Locais de cultos, incluindo sinagogas, estão contratando seguranças e treinando os membros para responder a um atentado.

Fonte: Guiame, com informações de AP NewsAtualizado: segunda-feira, 13 de outubro de 2025 às 19:34
Imagem ilustrativa. (Foto: Unsplash/Obi).
Imagem ilustrativa. (Foto: Unsplash/Obi).

Igrejas e locais de culto nos Estados Unidos e na Europa estão reforçando as medidas de segurança em meio ao aumento de ataques a templos, segundo a AP News.

Todas as semanas, centenas de milhões de pessoas em todo o mundo se reúnem com segurança e em paz para cultuar em suas congregações.

Porém, para alguns fieis que enfrentaram ataques violentos em suas igrejas, a sensação de adorar em segurança não existe mais.

É o caso da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias em Grand Blanc Township, nos Estados Unidos, onde um atirador invadiu o prédio e matou quatro membros, em 29 de setembro.

E também da Sinagoga da Congregação Hebraica de Heaton na Inglaterra. Um homem, que jurou lealdade ao grupo terrorista Estado Islâmico, atacou o local e matou dois fieis, no dia 2 de outubro.

Depois desse atentado, os fieis na Inglaterra ficaram temerosos e se questionando se podem cultuar em segurança.

"Há um medo real", relatou um bispo da Igreja da Inglaterra, o reverendo Toby Howarth, em entrevista ao AP News. E defendeu: "As pessoas devem se sentir seguras em ir a locais de culto”.

Na Alemanha, muitas sinagogas foram cercadas por barreiras e vigiadas por policiais fortemente armados, em resposta ao aumento de ataques.

Estratégias de segurança

Nos Estados Unidos, sinagogas e outros locais de culto passaram a aplicar estratégias de segurança, como guardas, câmeras e sistemas para controlar o acesso a eventos por meio de emissão de ingressos, registro ou outras formas de verificação.

As sinagogas da região de Pittsburgh começaram a dar treinamento de segurança para os membros.

Uma das medidas foi manter um telefone à mão para emergências, mesmo aos sábado, quando os judeus normalmente não usariam um telefone.

"É fácil falar sobre todas essas coisas e ficar com medo. Mas se você ensinar maneiras de responder a essas coisas, isso capacita as pessoas a irem e viverem suas vidas”, afirmou Eric Kroll, vice-diretor de segurança comunitária da Federação Judaica da Grande Pittsburgh.

Um treinamento semelhante foi adotado pela Bispa Bonnie Perry, líder da Diocese Episcopal de Michigan, focado na vigilância e na formação de equipes de resposta a emergências nas igrejas.

"Não queremos que nossas igrejas pareçam fortalezas; são casas de oração para todas as pessoas. Ao mesmo tempo, o amor ao próximo inclui a prontidão para agir rapidamente caso o perigo apareça. Nosso objetivo não é excluir as pessoas, mas manter todos seguros, mantendo a hospitalidade radical do Evangelho", declarou Perry, em uma carta às suas congregações.

"Muitos de nós sentimos tristeza, medo e profundo desconforto. É natural se perguntar se os lugares onde oramos e nos reunimos são seguros”, observou.

“É difícil adorar com policiais”

A Metropolitan African Methodist Episcopal Church (AME), uma igreja negra histórica em Washington, também aumentou sua segurança, contratando guardas.

"Pode ser difícil fazer parte de um culto de adoração, e você olha em volta e cinco policiais estão no culto porque alguém acabou de entrar e eles parecem um pouco desconfiados. Isso muda a atmosfera", disse Harris, um membro da AME, à AP News.

Ele pontuou que é difícil equilibrar ser uma congregação acolhedora com os protocolos de segurança.

"Como acolher a todos e não julgar entre aspas e usar seu discernimento ou adotar medidas de segurança?", questionou.

Membros armados

Alguns líderes cristãos nos EUA estão incentivando os membros a irem armados para a igreja, já outras denominações proibiram a entrada de armas de fogo, como a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

Os líderes estão pedindo ao Congresso americano que expanda o Programa de Subsídios de Segurança para Organizações Sem Fins Lucrativos, que ajuda igrejas a pagar por atualizações do sistema de segurança e planejamento de emergência.

Uma pesquisa da organização Family Research Council descobriu que os ataques a igrejas nos EUA quadruplicaram nos últimos quatro anos.

Apenas em 2024, foram registrados 415 incidentes contra templos, incluindo ameaças, vandalismo, ataque com arma e incêndio criminoso.

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