Na última quinta-feira (31), uma jornalista da revista Época menosprezou o infanticídio indígena e também o assassinato de recém-nascidos ao tentar "desmentir" Damares Alves sobre o relato de Lulu, a garota resgatada pela ministra.
Na época do resgate, Damares ainda não tinha cargo no governo, mas já era ativista em defesa das crianças indígenas.
Tentando "desmentir" Damares, a jornalista Natália Portinari acaba menosprezando duas práticas horrendas de uma só vez: o infanticídio indígena e a morte de recém-nascidos.
"Estive no Xingu e ouvi a família de Lulu, a menina adotada por Damares, para a @RevistaEpoca. (1) segundo a ministra, Lulu foi adotada aos 6 anos. É preciso que fique claro: Lulu não foi salva de ser enterrada por Damares. Isso só ocorre com recém-nascidos", afirmou ela em uma sequência de posts no Twitter.
A repercussão das declarações de Natália no Twitter foi notavelmente negativa.
"Índios Kamayurás enterram vivos recém-nascidos doentes ou com deficiência. Mas para a @RevistaEpoca malvada é a ministra Damares q adotou uma menina da tribo, salvando-a de ser enterrada viva. Enterrem a maldita imprensa esquerdopata! É só o que falta, pois morreu faz tempo!", comentou um usuário da rede social.
"Ser enterrada (...) só ocorre com recém-nascidos'. E a jornalista ainda declara isso com a maior naturalidade do mundo...", comentou outro perfil.
"A Damares Alves salva crianças que foram enterradas vivas, o que a imprensa faz?[ ] investiga essa prática indígena nefasta pra ajudar a pôr fim [ x ] investiga se Damares salvou ou sequestrou", ironizou outro usuário.
No documentário "Hakani", por exemplo, imagens mostram que o infanticídio indígena não ocorre "só com recém-nascidos", como informou Natália. Ainda que fosse como ela destacou, este não continuaria sendo um grande problema?
Natália diz que participou da produção da reportagem publicada pela revista Época e também sustenta a teoria de que Lulu foi "sequestrada" por Damares. Porém, índios da própria tribo desmentem a informação.
Clique no vídeo abaixo para conferir o documentário "Hakani":
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