Juiz impõe pena de morte a atirador que matou 11 fiéis em sinagoga, nos EUA

O atirador Robert Bowers recebeu pena capital por matar 11 judeus dentro de uma sinagoga em Pittsburgh.

Fonte: Guiame, com informações da CBS NewsAtualizado: sexta-feira, 4 de agosto de 2023 às 17:16
Onze judeus foram mortos pelo atirador Robert Bowers. (Captura de tela/CBS News)
Onze judeus foram mortos pelo atirador Robert Bowers. (Captura de tela/CBS News)

A decisão sobre Robert Bowers, o atirador condenado por matar 11 fiéis dentro de uma sinagoga em Pittsburgh (EUA) em 2018, foi definida após os jurados concordarem por unanimidade com a sentença de morte.

O juiz distrital Robert Colville impôs formalmente a sentença por execução na quinta-feira (03), após ouvir 22 testemunhas do crime.

Sobreviventes, socorristas e famílias das vítimas prestaram depoimentos perante o juiz. Seus testemunhos foram comoventes e proporcionaram a eles a oportunidade de confrontar o homem responsável pela dor e sofrimento que enfrentaram.

Uma após uma, essas testemunhas depuseram, começando por Margaret Durachko, esposa do dentista Richard Gottfried, que se dirigiu diretamente ao atirador: "Seu desrespeito insensível pela pessoa que ele era me causa repulsa", disse ela.

"Seu ato odioso tirou minha alma gêmea de mim e me deixou sozinha. Você crivou o corpo dele com balas para se sentir poderoso. Você acha que o poder de Deus está nas balas, mas o poder de Deus está na humildade, bondade e amor. Você vai tem que se posicionar enquanto Ele olha para o seu coração."

Durante os 37 dias de julgamento, o júri foi apresentado a evidências em forma de imagens dos assassinatos brutais de cada uma das 11 vítimas que foram baleadas à queima-roupa com um fuzil AR-15.

De acordo com a CBS, este foi o ataque antissemita mais mortífero da história dos Estados Unidos.   

Pena de morte

Na primeira fase do julgamento em junho, Bowers já havia sido considerado culpado de todas as 63 acusações federais que enfrentou.

Em julho, o júri determinou que o atirador condenado era elegível para enfrentar a pena de morte. Na quarta-feira, o júri recomendou a aplicação da pena capital.

As famílias das vítimas estavam presentes no tribunal quando o veredicto foi anunciado. Com lágrimas, eles buscaram consolo uns nos outros, enquanto o réu demonstrou pouca emoção, informou a CBS.

A reação ao veredicto foi intensa, tanto em Pittsburgh quanto em todo o país. As emoções estavam à flor da pele e as pessoas ficaram profundamente tocadas pela tragédia e suas consequências.

Após o júri votar pela imposição da pena de morte, é provável que o atirador seja encaminhado para a Penitenciária dos Estados Unidos em Terre Haute, em Indiana, local onde são realizadas execuções federais nos Estados Unidos.

'Deus nos sustentou'

Jeffrey Myers, o rabino da congregação Árvore da Vida, localizada na sinagoga atacada pelo atirador, iniciou uma coletiva de imprensa no centro comunitário judaico no bairro de Squirrel Hill com uma comovente oração de agradecimento.

Sinagoga em Pittsburgh foi atacada em 2018. (Captura de tela/CBS News)

Dezenas de familiares e sobreviventes do ataque se uniram a ele enquanto ele recitava a oração Shehecheyanu em hebraico e, em seguida, a traduzia para a mídia. O rabino explicou que a oração agradece a Deus, “que nos manteve vivos, nos sustentou e nos permitiu chegar a esta etapa”.

Audrey Glickman, que se escondeu na sinagoga durante o ataque, disse que “a única coisa positiva sobre a sentença de um criminoso é que esse longo trabalho acabou”.

Myers, que relembrou durante o julgamento o momento em que orou enquanto aguardava que o atirador o matasse, expressou sua gratidão à comunidade de Pittsburgh, à promotoria e aos socorristas pelo apoio e conforto que deram à comunidade judaica desde o terrível ataque em 27 de outubro de 2018.

O rabino descreveu esse apoio como um "abraço" que fortaleceu a comunidade e ajudou todos a enfrentarem os desafios decorrentes da tragédia.

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