‘Livro Branco’ visa banir igrejas na China e diz que cristãos fazem ‘cultos malignos’

Para as autoridades chinesas, os cristãos são considerados um perigo para a nação.

Fonte: Guiame, com informações de Bitter WinterAtualizado: quarta-feira, 31 de janeiro de 2024 às 16:35
Chineses protestam contra o “Livro Branco”. (Captura de tela: YouTube/CBC News/ The National)
Chineses protestam contra o “Livro Branco”. (Captura de tela: YouTube/CBC News/ The National)

A China continua avançando em sua ditadura sempre argumentando que as novas leis são medidas contra o “terrorismo” e contra os “críticos ocidentais”. Além disso, a liderança chinesa se preocupa muito em “reeducar os religiosos que são considerados perigosos para a nação”. 

De acordo com a revista Bitter Winter, na semana passada, o histórico de direitos humanos da China estava sob a Revisão Periódica Universal (RPU) das Nações Unidas.

Apesar de tantas provas sobre os crimes cometidos na China, “Pequim consegue facilmente controlar estes relatórios, contando com o apoio de ‘países amigos’ que não mencionam tais crimes”. Estes países comandam uma maioria no Conselho de Direitos Humanos. 

“Não por coincidência, a China publicou o Livro Branco ‘Quadro Legal e Medidas para o Contraterrorismo’, em 23 de Janeiro, mesmo com os dados da RPU”, explicou a revista sobre liberdade religiosa e direitos humanos ao mencionar que a China tem seus “companheiros de viagem” que insistem em dizer que o país ditador é “um farol dos direitos humanos” mesmo com tantas violações e crimes cometidos contra a humanidade. 

Entre os países aliados da ditadura chinesa, vale até piadas de mau gosto, como aquela que afirma que “até os terroristas são tratados com humanidade na China”, conforme menciona a revista. 

‘Piada de mau gosto’

Conforme o tal “Livro Branco” as autoridades chinesas garantem que os suspeitos e réus recebam alimentação necessária, tempo de descanso e proteção contra abusos físicos e insultos.

Além disso, diz que são proibidos interrogatórios que utilizem violência, ameaças ou intimidação, obtenção de provas através de tortura, aliciamento, engano e outros meios ilegais como autoincriminação forçada. 

O que mais se vê, no entanto, através das notícias, são cristãos sendo tratados com violência, humilhação, tortura e submetidos à prisão. Além disso, aqueles que seguem a Cristo são acusados de promover cultos malignos. 

“Há milhares de testemunhos e provas massivas do uso de tortura contra os membros da Igreja do Deus Todo Poderoso, entre outras igrejas e a negação da China parece uma piada de mau gosto”, diz o artigo da Bitter Winter que também menciona o caso dos uigures, tibetanos e mongóis do Sul. 

O que são ataques terroristas na China?

Basicamente, um grupo que “desobedece às ordens do Estado” e decide se rebelar contra o governo através de qualquer tipo de manifestação, está praticando um “ato de terrorismo”. 

A repressão policial, nesses casos, costuma ser mortal e os agentes de inteligência chineses já foram surpreendidos tentando “criar falsas organizações terroristas”. 

Como punição, os supostos terroristas na China são enviados para “campos de reeducação” ou para a prisão. A China adota uma definição muito ampla de terrorismo. 

“Comprar terreno para uma mesquita, enviar crianças para escolas religiosas clandestinas, deixar crescer a barba e usar roupas de estilo islâmico, tudo isso é considerado indício de ligação com terroristas”, explica a revista. 

‘Transformação através da educação’

O termo muito usado na China “transformação através da educação” é totalmente enganoso: “Os acampamentos que promovem as escolas transformadoras não têm nada a ver com escolas. Os reclusos devem trabalhar, ser continuamente doutrinados, dia e noite, e a ‘educação’ pode ser algo brutal”. 

Há relatos de “detidos que morreram e outros que sofreram colapsos mentais como resultado das condições aparentemente desumanas nesses centros”. Além disso, as tais “escolas” são formas geridas pelo Estado para realizar a “desprogramação” ou como é mais comum dizer “lavagem cerebral”.

A violência mental para tentar “desconverter” os cristãos do cristianismo, por exemplo, é considerada como uma “atividade criminosa” nos EUA e na Europa.

O sociólogo religioso italiano, Massimo Introvigne, que escreveu o artigo para a Bitter Winter disse que o Livro Branco lamenta que alguns países ignorem o direito da China de escolher seu próprio caminho contra o terrorismo, alegando que isso fere a sua soberania nacional. 

Enquanto isso, o mundo assiste a um espetáculo de violações de direitos humanos e de liberdade religiosa. Os cristãos na China, por exemplo, são impedidos de ter uma Bíblia, de prestar cultos a Deus e são constantemente vigiados, perseguidos e punidos por acreditar que Jesus é o único Senhor de suas vidas.

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