O menino da 7ª série que foi obrigado a sair de uma sala de aula por vestir uma camiseta com a frase “existem apenas dois gêneros”, teve seu pedido negado no tribunal.
No final de março, os pais de Liam Morrison, que vivem em Massachusetts (EUA), processaram a escola e a cidade depois que o filho não teve sua liberdade de expressão respeitada.
Na quarta-feira (31), o Tribunal Distrital dos EUA negou para o Distrito de Massachusetts, em Boston, o pedido dos advogados da suspensão do impedimento de Liam expressar suas opiniões sobre gênero.
Sobre o pedido dos advogados
“Estávamos pedindo uma ordem imediata para que ele pudesse se expressar pelo resto do ano letivo”, afirmou o advogado da Alliance Defending Freedom (ADF), Logan Spena.
“Liam está processando pelo direito de fazer o que todos os outros alunos de sua escola atualmente têm o direito de fazer, que é expressar respeitosamente sua própria opinião sobre um assunto de enorme interesse público”, continuou.
Liam, de 12 anos, informou que seu pai teve que buscá-lo na escola, no dia 21 de março, porque ele se recusou a trocar de camiseta.
“Nunca pensei que aquela camiseta me levaria a falar com vocês hoje. Naquela manhã, fui tirado da aula para me sentar com dois adultos e a conversa foi muito desconfortável. Disseram-me que as pessoas estavam reclamando das palavras na minha camiseta, pois elas fizeram alguns alunos se sentirem inseguros”, contou.
‘Uma classe protegida’
Liam continuou seu relato: “Disseram-me que eu precisaria tirar aquela camiseta antes de voltar para a aula. Quando eu disse a eles gentilmente que não queria fazer isso, eles ligaram para meu pai”, revelou.
“Felizmente, meu pai, apoiando minhas decisões, veio me buscar. Ele perguntou o que minha camiseta dizia. Eu respondi: ‘Quatro palavras simples: Existem apenas dois gêneros. Nada prejudicial. Nada ameaçador. Apenas uma afirmação que acredito ser um fato”, lembrou.
“Disseram-me que minha camiseta visava uma classe protegida. Quem é essa classe protegida? Os sentimentos deles são mais importantes do que meus direitos? Não reclamo quando vejo bandeiras do orgulho gay e pôsteres de diversidade espalhados pela escola. Você sabe por quê? Porque os outros têm direito às suas crenças, assim como eu”, disse firmemente o garoto.
Escola tenta se defender
Através de um e-mail, a superintendente das Escolas Públicas de Middleborough, Carolyn Lyons, escreveu que Liam violou o código de vestimenta da escola porque o “conteúdo da camiseta de Liam visava alunos de uma classe protegida”, na área da identidade de gênero.
Liam voltou para a escola vestindo outra camisa que dizia: “Existem gêneros censurados”, mas o pessoal da escola disse a ele para remover essa camiseta também.
“A escola tem outras regras sobre o que os alunos podem usar que podem ser aplicadas. Liam não está pedindo para vestir literalmente o que quer, mas está pedindo para fazer o que outros alunos já podem fazer, que é expressar sua opinião sobre o assunto de maneira não perturbadora. Não importa o que você pense sobre a questão de gênero, é bastante notável que uma escola possa punir um aluno por protestar contra a censura na América hoje”, concluiu o advogado de Liam.
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