A natureza geme: 1.200 toneladas de peixes mortos aparecem em praia do Japão

Autoridades japonesas se defendem, mas pesquisadores associam a tragédia com a liberação de água radioativa no Oceano Pacífico.

Fonte: Guiame, com informações do Olhar Digital e CNN BrasilAtualizado: segunda-feira, 18 de dezembro de 2023 às 17:32
Imagem dos peixes mortos chegando à beira de uma praia no Japão. (Captura de tela: YouTube CNN Brasil)
Imagem dos peixes mortos chegando à beira de uma praia no Japão. (Captura de tela: YouTube CNN Brasil)

Depois que cerca de 1.200 toneladas de peixes apareceram mortos, no norte do Japão, autoridades do país estão investigando a causa da tragédia ocorrida no mar.

A triste cena ocorreu em 7 de dezembro e há especulações entre os pesquisadores de que haja alguma relação com a liberação de água radioativa descartada pela usina nuclear de Fukushima, no Oceano Pacífico.

Pesquisadores da Hokkaido Research Organization, porém, explicaram que “mortes em massa podem ocorrer devido a mudanças repentinas na temperatura da água, ou quando cardumes de peixes estão fugindo de golfinhos e outros predadores”.

Autoridades japonesas se defendem

Mesmo com essas “explicações”, ainda não se sabe exatamente o que aconteceu. Segundo a Agência de Pesca de Hakodate, “não foram encontradas anormalidades nos resultados das pesquisas de monitoramento da água”.

Mas, a morte dos peixes aconteceu menos de dois meses depois que dois funcionários que atuavam nos trabalhos de liberação da água de Fukushima foram hospitalizados após contato com o material radioativo. Os casos aumentaram as críticas sobre o governo do Japão.

Veja o resumo dos acontecimentos publicados no site Olhar Digital:

- O início da liberação da água radioativa aconteceu no dia 24 de agosto de 2023.

- O material está sendo descartado no oceano de forma gradual, ou seja, no máximo 500 mil litros por dia e por meio de uma tubulação subaquática de um quilômetro.

- O procedimento conta com o aval da Agência Internacional de Energia Nuclear.

- As autoridades japonesas garantem que o despejo é seguro, uma vez que a água, suficiente para encher 500 piscinas olímpicas, é usada para resfriar as barras de combustível da usina de Fukushima, destruída após ser atingida por um tsunami e um terremoto em 2011. Eles alegam que a água foi tratada antes do descarte.

- O governo do Japão ainda afirma que a água foi filtrada para remover a maioria dos elementos radioativos, exceto o trítio, um isótopo de hidrogênio que é difícil de separar da água. No entanto, países como a China condenam o plano japonês.

- Os chineses, inclusive, anunciaram a proibição da importação de frutos do mar do país vizinho sob a justificativa de contaminação dos produtos.

- Pequim representa o maior comprador de frutos do mar do Japão e essas restrições já provocaram uma queda de 30% nas vendas japonesas para a China. 

‘A natureza geme’

De acordo com o texto bíblico, em Romanos 8.19-22: “A natureza criada aguarda, com grande expectativa, que os filhos de Deus sejam revelados. Pois ela foi submetida à futilidade, não pela sua própria escolha, mas por causa da vontade daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria natureza criada será libertada da escravidão da decadência em que se encontra para a gloriosa liberdade dos filhos de Deus. Sabemos que toda a natureza criada geme até agora, como em dores de parto”.

Ao falar sobre o tema bíblico numa live da Editora Ultimato, o pastor Valdir Steuernagel, editor e fundador da Visão Mundial e da Aliança Cristã Evangélica Brasileira, disse que “se a gente percebe a natureza gemendo, a gente precisa se perguntar que tempo é esse”.

A bióloga, mestre em Ecologia e especialista em Educação Ambiental, Raquel Arouca, disse durante a live “Diálogos Esperança”, que a situação pode piorar se as autoridades não tomarem algumas decisões “para ontem”.

Embora as afirmações tenham sido feitas há dois anos, servem para os atuais acontecimentos: “Estamos a um passo de uma catástrofe”. Para a bióloga, a Terra está “mais do que gemendo” e se a humanidade não adotar um estilo de vida melhor, “nossos filhos e netos sofrerão as consequências”.

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