A nova primeira-dama do Brasil, Michelle Bolsonaro, é considerada uma mulher dos bastidores. Sua posição é discreta em diferentes situações da vida, desde eventos políticos até sua função na igreja evangélica em que frequenta.
Michelle, de 36 anos, faz parte do Ministério de Surdos e Mudos da Igreja Batista Atitude, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Ela atua como intérprete de libras nos cultos que acontecem aos domingos.
Antes de fazer parte da Igreja Atitude, Michelle frequentou por muitos anos a Assembleia de Deus Vitória em Cristo, que é liderada pelo pastor Silas Malafaia. Foi ele quem celebrou a união religiosa de Jair Bolsonaro e Michelle, em 2013.
Natural de Brasília, Michelle conheceu Bolsonaro em 2007, na Câmara dos Deputados em Brasília, quando ela era secretária parlamentar. Pouco tempo depois, ela foi nomeada secretária parlamentar do gabinete de Jair e exonerada do cargo em 2008.
Vinte e sete anos mais nova que Jair, de 63 anos, Michelle tem duas filhas: Letícia Aguiar, de 16 anos, fruto de um relacionamento anterior, e Laura, de 8 anos, do casamento com Bolsonaro.
Segundo o próprio Jair, Michelle é “mãezona encrenca” com as filhas. “Ela não dá mole para as gurias. Está sempre observando o que elas fazem, acompanha tudo. Bolsonaro diz que quando ela está no comando, brigando com as filhas, ele nem se mete com medo”, disse Malafaia, aos risos.
Silas define a primeira-dama como “simples, recatada e que não gosta de aparecer”. “Tem mulher que é perua, desculpe a expressão, mas ela não é assim. Tem uma beleza com simplicidade, não é espalhafatosa, nunca gostou de aparecer ou colocar a cara para fora. Nem de se exibir. Ela gosta de trabalhar nos bastidores”, contou o pastor.
O dom de servir
Michelle foi apresentada por Jair como uma defensora da causa das pessoas com deficiência na propaganda eleitoral exibida na última quinta-feira (25). Nas imagens, ela explica que aprendeu libras sozinha e que tem se empenhado a ajudar pessoas.
“Minha mãe ensinou que a gente não podia negar água nem comida pra ninguém. E a gente cresceu com isso. Eu tenho um tio surdo, e ele que plantou essa sementinha na minha vida. Me despertou amor pelas libras, fui estudar e aprendi sozinha, e esse amor só foi aumentando”, afirmou.
Em entrevista ao programa Domingo Espetacular, exibido na Record no último domingo (28), Michelle falou sobre seu desejo de atuar em projetos sociais como primeira-dama.
“Não faço ideia de como será, mas tenho muito desejo no coração, muita vontade e muito amor para lutar pelo que eu acredito. Para lutar pelas pessoas com deficiência, pela comunidade surda, para fazer missões no Sertão — é algo que minha mãe colocou no meu coração quando eu era pequena”, revelou.
“E hoje eu pergunto: ‘Senhor, isso vai acontecer? Isso é um propósito do Senhor na minha vida?’ Meu sonho é chegar no Sertão. Já conheci os ribeirinhos dois anos atrás e tenho muita vontade que essas pessoas melhorem de vida, porque o Brasil é muito rico, ele só é mal administrado. Eu peço para Deus que, se for da vontade Dele, que eu faça a diferença. Que através das nossas vidas possamos ser benção na vida dessas pessoas”, acrescentou.
Ao falar sobre a importância de servir ao próximo, Michelle se emocionou. “Poder ajudar, para mim, é algo primordial. É uma característica que eu tenho, que Deus colocou na minha vida. Essa sensibilidade que vem Dele, de poder me quebrantar e sentir a dor do próximo. Eu vejo o caráter, eu vejo a identidade de Deus na minha vida. Eu quero fazer a diferença sim”.
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