Pastor é acusado de perseguição aos muçulmanos por fazer estudos sobre o Islã no Brasil

Após denúncia feita por associação islâmica, o pastor compareceu à sede da Polícia Federal, mas ainda não teve acesso aos autos do processo.

Fonte: GuiameAtualizado: sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020 às 16:19
Pastor João Flávio Martínez, presidente do Centro Apologético Cristão de Pesquisa (CACP). (Foto: Reprodução/Facebook)
Pastor João Flávio Martínez, presidente do Centro Apologético Cristão de Pesquisa (CACP). (Foto: Reprodução/Facebook)

Em um vídeo, o Pr. João Flávio Martínez, presidente do Centro Apologético Cristão de Pesquisa (CACP) informou sobre uma acusação que a entidade está sofrendo por “crime e perseguição religiosa” feita por um grupo muçulmano do Brasil.

O pastor conta que foi acionado judicialmente por um oficial de justiça da Polícia Federal, intimando-o a comparecer à entidade para prestar esclarecimentos sobre os artigos de cunho teológico que o CACP produziu sobre o caráter violento do Islã, no Alcorão.

Em entrevista ao Guiame, Martínez diz que a associação islâmica (cuja identidade ainda não está confirmada, já que a defesa do CACP não teve acesso aos autos) não tem objetivo indenizatório, mas punitivo. “Eles querem me prender”, garantiu o pastor, que é professor de teologia e apologética.

Em defesa do trabalho da CACP, o Pr. Martínez diz que “não há islamofobia da nossa parte. O que nós denunciamos é a cristofobia deles. É o crime que eles fazem”.

O pastor foi notificado e compareceu à sede da Polícia Federal, mas ainda não teve acesso total aos autos do processo, que foi protocolado na Procuradoria Regional da República da 4ª Região (PRR4), em Porto Alegre. O processo foi informado pelo próprio site da entidade islâmica.

“É um inquérito, não é um processo de danos morais por indenização ou reparo, eles querem que o presidente do CACP seja preso por crime de ódio, crime de preconceito, crime de racismo, crime de perseguição religiosa”, declara o pastor.

Martínez diz ainda que o momento atual do Brasil é de “criminalização da opinião”.

"Vivemos em uma época onde a criminalização da opinião está muito forte, [tivemos] a CPI das fake News no Congresso Nacional, com objetivo de criminalizar a opinião. O artigo 5º da Constituição deixa claro que a manifestação do pensamento é livre”, diz.

Martínez deixa claro ainda que “os artigos do site do CACP são teológicos, voltados para a esfera religiosa e não pessoal. Não temos nada contra uma pessoa do islamismo, nós não temos nada contra o imã do islamismo, nós temos contra a religião. Temos hoje aproximadamente 28 grandes grupos terroristas no mundo, sendo que 19 estão ligados a grupos muçulmanos.”

“O CACP está sofrendo um rechaçamento, uma perseguição dos muçulmanos que estão tentando judicializar a nossa liberdade de expressão e a nossa liberdade religiosa. O CACP tem a liberdade de expor os seus pensamentos e de colocar as suas ideias”, esclarece o presidente do centro apologético, que existe há 21 anos.

O Pr. Martínez acredita que autora da ação seja a Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL), já que a entidade cita ainda dois sites brasileiros que estariam em sua mira: o icatolica.com e o conservadorismodobrasil.com.br.

A FEPAL também divulgou em seu site que “protocolou na Procuradoria Regional da República da 4ª Região (PRR4), em Porto Alegre, um pedido de apuração criminal de um site brasileiro que tem veiculado conteúdo falso e discriminatório sobre a comunidade muçulmana e o islamismo”.

“Nós precisamos lutar pela liberdade democrática no nosso país; se a justiça começar a penalizar opinião teológica e religiosa também, nós estaremos entrando num funil destruidor”, preocupa-se o pastor.

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