Polícia suspende medida que proibiu mulher de orar em frente à igreja

Isabel Vaughan-Spruce já foi presa duas vezes por orar em silêncio perto de clínica de aborto e depois em frente à igreja onde atua como voluntária.

Fonte: Guiame, com informações da ADF UKAtualizado: quarta-feira, 19 de abril de 2023 às 11:17
Isabel Vaughan-Spruce orando do lado de fora da clínica. (Foto: Reprodução/ADF)
Isabel Vaughan-Spruce orando do lado de fora da clínica. (Foto: Reprodução/ADF)

Foram retiradas as condições de fiança impostas pela polícia de West Midlands contra Isabel Vaughan-Spruce — que foi presa duas vezes por orar em silêncio perto de clínica de aborto e em frente à igreja, em Birmingham, no Reino Unido.

Isabel é voluntária pró-vida e há 20 anos ajuda mulheres grávidas em crise. No dia 6 de março ela foi presa por orar em seus pensamentos perto da chamada “zona tampão” — área agora vigiada pela Ordem de Proteção de Espaços Públicos do Reino Unido. 

A “condição extensiva” de sua fiança, considerada absurda pelos advogados do caso, a proibia não só de orar dentro da zona tampão, mas também fora dela, o que incluía sua própria igreja local. A polícia a impediu de orar com seu grupo e ainda justificou dizendo que tais medidas eram necessárias para impedi-la de “cometer um delito enquanto estava sob fiança” ou de “interferir com testemunhas, obstruindo o curso da justiça”.

As tais medidas, porém, foram apontadas pelos advogados de defesa da ADF UK como “condições ilegais e efetuadas neste caso com um propósito impróprio”.  

‘Restrição desproporcional e desnecessária’

Dado que nenhuma testemunha está envolvida neste caso, a equipe jurídica de Isabel afirmou que os fundamentos de “interferência com testemunhas” para as condições de fiança eram “dissimulados e impostos por um motivo oculto”.

A equipe argumentou com sucesso que banir Isabel além da zona tampão equivalia a uma restrição “desproporcional e desnecessária” à sua liberdade em relação às alegações de um “crime” relativamente simples.

‘O governo não deveria punir alguém por orar’

“Hoje é aborto, amanhã pode ser outra questão contestada no debate político”, disse um dos advogados da ADF.

A equipe jurídica afirma ser lamentável que o Parlamento, que existe para proteger e defender os direitos do eleitorado, tenha assumido uma posição clara contra as liberdades fundamentais, abrindo a porta para processos de “crimes de pensamento” em todo o país.

“Isto é sobre liberdade, não é sobre o propósito da liberdade ou a localização dela. Trata-se da capacidade de pensar, falar e orar livremente”, acrescentou John Hayes, membro do Parlamento do Reino Unido. 

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