Em uma entrevista ao jornalista americano Tucker Carlson, transmitida no início de junho, o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, qualificou as gangues que atuam em seu país como "satânicas".
Reeleito para o segundo mandato presidencial, Bukele revelou que a “Besta” exigia que membros de uma gangue oferecessem "bebês em sacrifício".
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O presidente salvadorenho relatou que essa informação surgiu quando uma emissora de seu país, que teve acesso a um presídio para entrevistar membros de gangues, perguntou a um dos entrevistados por que ele havia deixado a facção.
O homem, que já havia perdido a conta de quantas pessoas havia matado, contou que, em uma ocasião, foram a uma casa onde alguns membros da gangue estavam prestes a assassinar um bebê.
Esse membro da gangue perguntou: “Por que vamos assassinar aquele bebê?”, e recebeu a resposta de que a “Besta havia exigido um bebê, e que eles deveriam entregar um bebê”.
Bukele disse que mesmo um “cara acostumado a matar” tantas pessoas, por não poder se opor àquele sacrifício humano, acabou deixando a gangue.
“Mesmo sendo um assassino, ele não tolerou o que estava vendo”, disse o presidente.
Bukele também disse ao jornalista americano que "há uma guerra espiritual e há uma guerra física. Mas se você vencer a guerra espiritual, isso se manifestará na guerra física”.
‘Vencemos a guerra espiritual’
O presidente salvadorenho também afirmou que pacificar El Salvador foi um "milagre" e destacou que sua principal estratégia para combater as gangues foi "orar".
"Nossa vitória impressionante se deve ao fato de termos vencido a guerra espiritual de maneira muito rápida", declarou.
Bukele recordou que estava em seu escritório de madrugada, observando o que acontecia e tentando decidir o que fazer "porque, quando querem criar terror, podem atacar qualquer pessoa" e tinham "6 milhões de alvos possíveis".
"Era uma tarefa impossível, porque tínhamos que ir atrás deles, e eles estavam entremeados com a população em todos os lugares, matando aleatoriamente. Tentamos descobrir o que fazer e eu disse: 'Estamos diante de uma missão impossível. Então oramos'."
"À medida que a organização crescia, tornou-se satânica. Começaram a fazer rituais satânicos", afirmou Bukele sobre as gangues Mara Salvatrucha (MS-13) e Barrio 18.27.
"Um milagre"
No enfrentamento das gangues, Bukele disse que a "fórmula oficial" do sucesso de sua "guerra" contra as facções criminosas é que ele conseguiu fortalecer a polícia e dobrar o Exército, mas que a verdadeira chave era que havia "um milagre".
"Em algumas semanas, o país foi transformado", contou.
"Somos mais seguros que qualquer outro país do hemisfério ocidental e, se eu tivesse dito isso cinco anos atrás, teriam me chamado de louco. Este era, literalmente, o país mais perigoso do mundo", destacou.
O presidente lembrou que, em março de 2022, as gangues começaram a atacar e "mataram 87 pessoas em 3 dias, o que para um país de 6 milhões de pessoas é uma loucura".
Após essa escalada de violência, Bukele pediu ao Congresso que decretasse um regime de exceção, que segue vigente depois de 27 meses, com mais de 80.000 supostos membros de gangues capturados. A medida, que permite detenções sem ordem judicial, é criticada por organizações humanitárias devido à detenção de "inocentes que sofrem" na prisão.
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