Psiquiatra alerta que crianças são usadas como ‘experimento’ em transição de gênero

O psiquiatra infantil Christopher Gillberg falou sobre o perigo da prescrição de drogas bloqueadoras da puberdade para menores, agravando a confusão de gênero nas mentes dos pequenos.

Fonte: Guiame, com informações do Daily MailAtualizado: quarta-feira, 13 de janeiro de 2021 às 13:37
A ideologia de gênero tem gerado confusão nas cabeças de crianças e adolescentes a respeito de sua própria sexualidade em diversos países. (Foto: Getty Images)
A ideologia de gênero tem gerado confusão nas cabeças de crianças e adolescentes a respeito de sua própria sexualidade em diversos países. (Foto: Getty Images)

Um testemunho médico compartilhado em um recente processo judicial contra uma clínica que oferece “tratamentos” para transição de gênero em Londres foi publicado pela primeira vez no jornal britânico ‘Daily Mail’.

O depoimento do psiquiatra infantil Christopher Gillberg falou sobre o perigo da prescrição de drogas bloqueadoras da puberdade para menores, agravando a confusão de gênero nas mentes dos pequenos.

Os advogados do ‘Daily Mail’ argumentaram que existe um interesse público significativo em divulgar as evidências que os médicos apresentaram durante a revisão judicial contra Tavistock e Portman no final do ano passado, após terem sido impedidos de continuar prescrevendo os medicamentos.

O caso contra a clínica Tavistock foi movido por Keira Bell, uma mulher que se identificou como transexual durante sua adolescência e chegou a passar pela transição, mas decidiu reverter o processo aos 23 anos de idade.

Bell argumentou que na época de sua transição ainda não era capaz de compreender os riscos a longo prazo para sua saúde e estava fazendo escolhas "precipitadas". A combinação de bloqueadores da puberdade e hormônios do sexo oposto provavelmente a deixaram estéril. A moça também foi submetida a uma mastectomia dupla, da qual também se declarou arrependida.

“Experimento vivo"

O psiquiatra infantil Christopher Gillberg, que testemunhou durante o processo judicial, comparou a prescrição de tratamento hormonal para interromper a puberdade normal em menores a um "experimento vivo" em jovens vulneráveis.

"Em meus anos como médico, não consigo me lembrar de uma questão de maior gravidade para a prática da medicina", disse ele.

"Deixamos a prática clínica baseada em evidências e estamos usando medicamentos poderosos para alterar a vida de um grupo vulnerável de adolescentes e crianças com base em uma crença", acrescentou

Outra informação revelada durante a audiência, foi que os bloqueadores de puberdade prejudicam o desenvolvimento ósseo e cerebral. As adolescentes que passam por uma transição de gênero medicalizada são orientadas a escolher doadores de esperma para fertilizar seus óvulos e congelá-los, e os médicos não estão alertando os pacientes sobre como os tratamentos experimentais colocam em risco a fertilidade.

Também foi apresentado que as crianças no espectro do autismo estão sendo influenciadas na internet a acreditar que são transgêneros e que os jovens que mais tarde se arrependem da transição acabam "presos" em um corpo que foi ferido.

“Não havia nenhum outro campo da medicina onde tais intervenções radicais fossem oferecidas a crianças com uma base de evidências tão pobre”, disse Stephen Levine, que é psiquiatra clínico em Ohio e desafiou a ideia de que as drogas usadas para a transição de gênero eram “reversíveis”.

Em sua petição ao tribunal, Levine também destacou complicações cardiovasculares graves que vêm com os hormônios experimentais, como riscos substanciais de ataques cardíacos em mulheres e coágulos sanguíneos profundos nas veias dos homens.

Decisão

O Tribunal Superior do Reino Unido manteve em sua decisão que os profissionais médicos não devem permitir que menores com idades entre 16 e 17 anos continuem com os bloqueadores da puberdade sem primeiro buscar o consentimento dos tribunais. Além disso, os médicos que prescreverem tais medicamentos para menores de 16 anos sem autorização do tribunal enfrentarão um grau mais alto de punição por negligência clínica.

A Baronesa Nicholson, que integra a Câmara dos Lordes, expressou sua repulsa pelo fato de os jovens estarem sendo tratados dessa maneira.

"Os bloqueadores da puberdade são um experimento físico destrutivo angustiante em meninos e meninas imaturos. Ele fecha o desenvolvimento normal em favor de uma vida dolorosa e um futuro estéril cerceado. O Serviço Nacional de Saúde nunca deveria ter permitido tal uso de dinheiro público sem pesquisas, em cirurgias irremediáveis em corpos saudáveis", disse ela.

Os defensores dos bloqueadores de puberdade como um curso legítimo de tratamento médico, como a diretora da clínica Tavistock, Polly Carmichael, insistiram que atrasar os processos puberais com bloqueadores dá aos pacientes mais tempo "para pensar sobre sua identidade de gênero".

Porém, Sophie Scott, professora da University College London, contestou a afirmação durante seu depoimento no caso, observando o impacto prejudicial que as drogas têm no cérebro.

"Estou preocupada que o atual regime de tratamento praticado pela Tavistock esteja expondo os jovens a riscos de danos significativos", disse ela.

Contexto

A decisão contra a clínica Tavistock veio após anos de crescente escrutínio, à medida que denunciantes chamavam a atenção para as práticas internas do Serviço de Desenvolvimento de Identidade de Gênero (GIDS).

Em uma carta aberta de julho de 2019 a Carmichael (diretora da clínica), Kirsty Entwistle, que até outubro de 2018 tinha sido psicóloga do GIDS, expressou sua preocupação com o fato de os médicos estarem dizendo às crianças e suas famílias que os bloqueadores da puberdade eram "totalmente reversíveis", quando, na verdade, os impactos a longo prazo ainda são desconhecidos.

Existia um clima de medo dentro da clínica entre os funcionários que estavam preocupados com os protocolos internos, mas não expressaram suas preocupações por medo de serem rotulados como transfóbicos, ela explicou. Um número desproporcional de crianças tratadas na clínica sofria de uma série de outras comorbidades de saúde mental e vivia na pobreza, disse ela.

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