Quatro pacientes de coronavírus saem da UTI após tratamento com hidroxicloroquina

As pessoas estavam internadas em estado grave na UTI do Hospital Igesp, em São Paulo.

Fonte: Guiame, com informações do UOL e Olhar DigitalAtualizado: sexta-feira, 27 de março de 2020 às 12:10
Substância é esperança para tratamento da Covid-19. (Foto: Reprodução/Bigstock)
Substância é esperança para tratamento da Covid-19. (Foto: Reprodução/Bigstock)

Após usarem por uma semana a hidroxicloroquina, quatro pacientes que estavam internados em estado grave em uma UTI do Hospital Igesp, em São Paulo, receberam alta. 

O coordenador da UTI do Hospital, Dante Senra, explicou que, no total, 12 altas foram dadas a pacientes com coronavírus e altamente suspeitos e que acredita que o hospital seja o primeiro a utilizar o medicamento.

A substância, utilizada no tratamento de doenças como artrite, lúpus e malária, tem se mostrado efetiva em limitar a replicação do novo coronavírus in vitro e provocar melhoras em pacientes tratados com o remédio.

Dante ainda explicou que não há comprovação do efeito do uso do medicamento e, portanto, não dá para garantir que os pacientes foram curados porque fizeram uso da substância.

De acordo com o médico Dante não há comprovação do efeito do uso do medicamento, com isso, não dá para garantir que os pacientes foram curados porque fizeram uso da substância.

As autoridades do Ministério da Saúde pedem que as pessoas não utilizem a substância para prevenir o Covid-19, já que só pode ser administrada sob orientação médica.

A hidroxicloroquina pode provocar diversos efeitos colaterais, como cegueira e problemas cardíacos.

Caráter experimental

O secretário executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis, informou que a eventual liberação dos remédios terá caráter experimental e valerá apenas para pacientes internados em estado grave. Ele reiterou que os dois componentes têm efeitos colaterais fortes e não podem ser estocados para serem usados em caso de eventual gripe.

“Hoje, (os medicamentos) são usados em pesquisas clínicas, com autorização dos comitês de ética dos hospitais, em associação com outros medicamentos. Caso o Ministério da Saúde libere a prescrição, poderá ser usado para pacientes graves, internados em hospitais. Não é para ser usado por quem está gripado e acha que se tomar esse medicamento e não vai ter complicações”, destacou Gabbardo.

Nos últimos dias, foi divulgado um estudo realizado na França em que a cloroquina — usada para tratar a malária — e a hidroxicloroquina — prescrita para casos de artrite reumatoide e lúpus — diminuíram a contagem viral.

Na sexta-feira (20), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, informou que o governo norte-americano estuda a utilização dos medicamentos no tratamento do novo coronavírus.

Sobre a autorização do presidente Jair Bolsonaro para que o Exército amplie a produção dos medicamentos, o secretário-executivo disse que a medida tem caráter preventivo no caso de um eventual aumento da demanda futura. No Brasil, o produto é fabricado em laboratórios privados, das Forças Armadas e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

“Esses medicamentos já são fabricados no Brasil e existem nas farmácias. Em função da possibilidade da utilização para casos graves de coronavírus, estamos pensando na necessidade de ampliação da produção. É isso que o presidente autorizou: que o Exército possa ampliar a produção de medicamentos”, explicou.

Ele lembrou que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) restringiu a venda dos remédios com a retenção de atestado apenas para pessoas com as três doenças tratadas pelos medicamentos: malária, lúpus e artrite reumatoide.

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