O Parlamento de Portugal aprovou nesta quinta-feira (20) cinco projetos de lei que despenalizam a morte assistida, conhecida como eutanásia. Para entrar em vigor, os textos precisam de assinatura do presidente Marcelo Rebelo de Sousa.
Todos os projetos para descriminalizar o suicídio assistido aprovados autorizam a chamada eutanásia ativa — ou seja, quando um funcionário de saúde aplica substâncias para abreviar a vida do paciente, diferentemente de apenas interromper os tratamentos.
Na Europa, são poucos os países que autorizam esse tipo de prática, como Holanda, Bélgica e Luxemburgo. Pelas leis atuais de Portugal, a eutanásia é punível com pena de até três anos de prisão.
Atribuição de Deus
Em entrevista exclusiva ao Guiame, o pastor brasileiro Anderson de Souza, residente em Portugal há 2 anos, diz que há muita frieza entre as pessoas no país. “A Bíblia fala sobre esse esfriamento e sobre familiares se levantando contra seus entes”, diz.
“Infelizmente, é o que vejo trabalhando com o público. As pessoas mais novas aqui, em sua maioria, são ateias e vivem para poupar dinheiro”, diz o pastor, que vincula o foco em valores materiais como reflexo na decisão tomada pelo Parlamento português.
“Quantas vezes a família é egoísta e está de olho na herança? Quantas famílias são separaras por ódio e inveja? Quantas famílias enxergam um doente como um peso? A própria pessoa está em condições de decidir? Quanta corrupção há nesse mundo a ponto de simularem algo, só para matar alguém “legalmente”?”, questiona o Pr. Anderson.
Pr. Anderson de Souza e esposa Karina de Souza. (Foto: Reprodução/Facebook)
Ao condenar eutanásia, o pastor da Igreja Novo Cântico diz que “a resposta que tenho para isso tudo é que Deus deu a vida e só Ele pode tirá-la quando achar que é a hora”.
Idosos
Casado com pastora Karina Souza, que trabalha como cuidadora de idosos, Anderson diz que a esposa já testemunhou diversos maus-tratos com os idosos, público que poderá se tornar a principal “vítima da eutanásia”.
Anderson, que vive em Porto, relata um acontecimento que, se tivesse ocorrido com a eutanásia em vigor, teria sido uma tragédia. “Já vimos advogados serem chamados para um caso em que achavam ser o leito de morte de uma idosa”, conta.
“Disseram que ela deveria morrer logo, pois estava sofrendo muito. Os médicos diziam que ela não teria chances, mas ela voltou e está bem e firme até hoje”, relata. “Se aquela senhora ficasse inconsciente nos dias de hoje seria um problema. Se dependesse da família, teria sido praticada a eutanásia”, acredita.
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