Sarah é uma mulher que mora em Nova York, nos EUA, e que defendeu a vida de sua filha até o fim, mesmo sabendo que ela não viveria muito. O fato de ouvir dos médicos que sua bebê era “incompatível com a vida” a deixou muito incomodada.
Essa história aconteceu em 2010, mas até hoje parece emocionar a mulher que não se viu no direito de tirar uma vida, independente do que poderia acontecer.
Grávida de 9 semanas, os médicos detectaram que sua filha Beatrix não sobreviveria após o nascimento, já que apresentava anomalias genéticas. Durante um ultrassom, Sarah e seu marido John foram avisados que o aborto seria a mehor opção.
‘Médicos indicam aborto como única solução’
Beatrix já estava com 12 semanas no ventre e seus pais estavam falando sobre a possibilidade de que a anomalia fosse Síndrome de Down. Eles estavam até se preparando para lidar com esse futuro.
Mas, na consulta de 16 semanas, os médicos encontraram um higroma cístico — crescimento anormal da cabeça ou do pescoço do bebê.
Beatrix foi provisoriamente diagnosticada com Trissomia 13, quando existe um cromossomo 13 a mais, que é uma condição muito grave e que pode levar a deficiências físicas e intelectuais.
Ao questionar sobre um possível tratamento, os pais ouviram mais uma vez que a solução seria o aborto.
‘Ninguém tem o direito de decidir se alguém deve viver ou morrer’
Pai e mãe não tinham dúvidas que proteger a vida da filha era o certo a fazer. “Não determinamos a capacidade de alguém superar algo antes mesmo de nascer”, disse Sarah em entrevista ao Christian Post.
“Existe um limite para os testes feitos, mas o ponto principal é que eu não tenho o direito de tirar a vida de outra pessoa. Ninguém tem o direito de decidir se alguém deve viver ou morrer”, ela enfatizou.
Caminhando para 24 semanas, Sarah lembrou que em todas as consultas os médicos ofereceram a opção do aborto, mesmo vendo que em seu prontuário havia um registro dizendo que ela não queria abortar.
‘Um momento muito tranquilo’
Muitas notícias foram dadas aos pais durante a gravidez. Com 26 semanas, os médicos disseram que não havia mais uma anomalia genética e sim uma condição em que os órgãos do bebê estão do lado de fora do corpo.
Em 12 de dezembro de 2010, Sarah entrou em trabalho de parto e não havia no hospital nenhum programa de cuidados paliativos perinatais.
A mãe disse que pediu aos médicos uma injeção de esteróides para estimular o desenvolvimento pulmonar de sua filha, mas seu pedido foi negado. Os médicos a informaram que não forneceriam esse nível de cuidado para bebês que deveriam morrer.
Apesar do caos que aconteceu ao seu redor, Sarah descreve o momento em que segurou a filha nos braços como “muito tranquilo”.
‘O amor supera qualquer dor ou sofrimento’
“Parecia que não havia mais ninguém no mundo, apenas meu marido, eu e ela, sentados naquela sala em silêncio. Ela era linda e amável, e aquele momento foi tudo de bom”, descreveu.
Aquele foi um tempo precioso para Sarah e John e durou 1 hora e 47 minutos. Sarah disse que passaria pela gravidez e trabalho de parto uma segunda vez só para ter esse tempo com Beatrix novamente.
Sobre sua decisão de jamais abortar, a mãe ressalta: “Um bebê não é um objeto. Bebês não são posses, eles são seres humanos individuais. E faz parte do ser humano morrer”.
“O amor que investimos nas pessoas antes disso supera qualquer dor e sofrimento que você sente quando elas vão embora”, continuou.
‘Necessidade de atendimento adequado’
Sarah observou que pessoas pró-aborto defendem que o feto sofrerá se a gravidez continuar e que ele não sofrerá se for abortado.
“Se eles se preocupassem mesmo com o sofrimento de bebês como Beatrix, eles se preocupariam também com o sofrimento de milhares e milhares de crianças cujas vidas são interrompidas com o aborto legalizado”, observou ao compartilhar que Beatrix nasceu por cesariana e não sofreu nada durante o parto.
Cinco dias após o falecimento da filha, Sarah e John se encontraram com o diretor da agência funerária enquanto ela se recuperava no hospital. Durante uma conversa, ela soube que sua esposa havia dado à luz nas mesmas condições, mas que recebeu cuidados paliativos perinatais.
‘Cuidados aos pais enlutados’
O casal percebeu que a falta de treinamento adequado provavelmente tinha a ver com o tratamento que ela e seu marido receberam.
“Se não houver um programa de assistência perinatal envolvido no hospital, isso significa que os profissionais médicos que lidam com pessoas que optam por não interromper a gravidez também estão sofrendo”, disse.
Sarah conta que os primeiros anos foram os mais difíceis, sendo o segundo o mais complicado, pois a maioria das pessoas espera que a dor já tenha sido superada.
“As pessoas têm medo de falar sobre isso. Mas a realidade é que está faltando alguém em nossa casa, está faltando uma criança”, explicou ao relatar que ao longo dos anos a dor diminuiu.
Em 2011, o casal decidiu abrir um site para ajudar outras mulheres grávidas cujos filhos receberam um diagnóstico semelhante, fornecendo-lhes informações sobre a condição e histórias de mulheres que enfrentaram o mesmo.
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