Escolaridade nas favelas do Rio cresceu pouco, aponta FGV

Escolaridade nas favelas do Rio cresceu pouco, aponta FGV

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:14

Diferença de anos de estudo entre moradores da favela e do "asfalto" teve redução pequena entre 1996 e 2008 Rio de Janeiro - A escolaridade dos moradores de favelas da cidade do Rio de Janeiro não apresentou ganhos significativos em relação ao “asfalto” (moradores dos bairros), entre 1996 e 2008, segundo a pesquisa “Desigualdade e Favelas Cariocas: A Cidade Partida está se Integrando?”, da Fundação Getulio Vargas (FGV).

De acordo com o levantamento, a diferença de anos de estudo entre o asfalto e a favela era de 3,79 anos, em 1996, e passou para 3,51 anos (isto é, 9,89 anos no asfalto contra 6,38 na favela). Segundo a FGV, a redução da diferença nestes 12 anos foi pequena.

O tempo de permanência nas salas de aula também aumentou nas favelas neste período. Apesar disso, os estudantes dessas áreas ainda passam cerca de 15 minutos a menos na escola do que os moradores do asfalto.

Quando analisado o ensino universitário, a diferença entre asfalto e favela aumentou, apesar do percentual de crescimento ter sido maior na favela. Em 1996, 16,38% dos moradores do asfalto tinham ensino superior contra 0,84% da favela, uma diferença de 15,54 pontos percentuais. Em 2008, essa taxa era de 24,09% no asfalto e de 2,57% na favela, com 21,52 pontos percentuais de diferença.

Outro dado da pesquisa é o motivo pelo qual os jovens das favelas deixaram as escolas. Trinta e um por cento dos jovens das favelas dizem que largam a escola para trabalhar e 39% a deixam simplesmente por falta de interesse. No asfalto, essas taxas são, respectivamente, de 22% e 25%.

Segundo o pesquisador da FGV Marcelo Neri, melhorar a escolaridade nas favelas é fundamental porque 34% de seus habitantes é de pessoas com até 19 anos. “Esse é um grande desafio para as autoridades. Os dados de evasão escolar mostram que não basta criar boas escolas, ter professores motivados ou infraestrutura. Você tem que convencer o jovem a ir para a escola”, disse.

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