Apenas 47% dos jovens das seis principais regiões metropolitanas no país terminam o ensino médio na idade adequada, prevista entre 17 e 18 anos. O diagnóstico é de um estudo encomendado pelo Instituto Unibanco à Fundação Getúlio Vargas (FGV), que foi divulgado na última quinta-feira (25/11), em São Paulo (SP).
O abandono ou a repetência dos jovens começa antes do ensino médio: apenas 50% dos alunos do ensino fundamental concluem essa etapa na idade correta, segundo o levantamento, chamado Os Determinantes do Fluxo Escolar entre o Ensino Fundamental e o Ensino Médio no Brasil.
Dessa parcela, 83% se matriculam no primeiro ano do ensino médio na idade correta, 65% no segundo e 55% no terceiro. Destes, apenas 47% concluem o último ano no tempo esperado. A cada 100 alunos que terminam o ensino fundamental na idade correta, nove ficam fora da escola pelo menos uma vez durante o ensino médio.
Manter o jovem estudando requer formular um currículo para o ensino médio, que antes de tudo seja interessante, que desenvolva as competências que ele precisa ter para continuar estudando ou entrar no mercado de trabalho, sugere a superintendente do Instituto Unibanco, Wanda Engel.
O estudo utilizou informações da Pesquisa Mensal de Empregos (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2006 e 2009. Foram analisados dados de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Salvador e Porto Alegre.
O número de jovens que frequentam a escola em idade correta cai entre um ano letivo e outro, segundo o estudo. Já entre os atrasados, a maior queda ocorre durante o ano. Isso pode indicar uma migração para o EJA [Educação de Jovens e Adultos] entre os atrasados, sugere o texto de apresentação do estudo.
Outra hipótese para o problema é o que a superintendente do Instituto Unibanco chama de frequência ioiô. O jovem se matricula na escola para conseguir benefícios como carteira de estudante e vale transporte e com o passar do ano não frequenta as aulas. Aí repete e no ano seguinte se matricula de novo.
A repetência não é um fator que impacta na redução das matrículas, segundo a pesquisa. Entre os aprovados, 97% se matriculam novamente e entre os não-aprovados, 94%.
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