O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira a ampliação do número de bolsas de residência médica oferecidas no país a partir do próxim

O Ministério da Saúde anunciou na tarde desta terça-feira (23) a ampliação do número de bolsas de residência médica oferecidas no país a partir do próximo ano. Ao todo, serão financiadas 1.623 novas bolsas de residência médicas em 2013, em 19 áreas consideradas prioritárias pelo governo. Atualmente, a oferta de bolsas pelo governo é de 1.258 vagas; no país, 10.434 profissionais estão na fase inicial da residência.

 

Segundo o ministério, entre as áreas com maior déficit de médicos profissionais estão a pediatria e a anestesiologia. Serão abertas 211 vagas para residência médica em pediatria e 95 para anestesiologia a partir do próximo ano.

Além das bolsas de residência médica, também serão financiadas 1.270 novas bolsas de residência multiprofissionais, que englobam profissionais de outras áreas, como enfermagem.

 

A ampliação da oferta de bolsas de estudo faz parte do Programa Nacional de Apoio à Formação de Médicos Especialistas em Áreas Estratégicas e Pró-Residência Multiprofissional (Pró-Residência), destinado a estimular a formação de profissionais de saúde especialistas em áreas estratégicas para o Sistema Único de Saúde (SUS).

 

Segundo o governo, serão investidos em 2013 R$ 82,7 milhões, sendo R$ 46,4 milhões para bolsas de residência médica e R$ 36,3 milhões para a bolsa multiprofissional. O valor pago pelo Ministério da Saúde para o hospital que emprega o residente é de R$ 2.861,79 por mês. Desse total, cerca de R$ 2.350,00 são repassados ao bolsista.

 

Além dos recursos destinados para o pagamento das bolsas, também serão investidos R$ 80 milhões em infraestrutura dos hospitais e das unidades básicas de saúde que ampliarem o quadro de residentes, a partir do próximo ano.

"Não se garante atendimento com qualidade para a população sem médicos, médicas e profissionais da saúde bem formados", disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

 

Metas

Segundo o Ministério da Saúde, a meta do governo é a ampliação de 4 mil vagas de residência médica até 2014. No mesmo período, a meta é aumentar em 3 mil vagas para residência multiprofissional. O programa também terá como meta a criação de um um cadastro nacional de especialistas, que terá como objetivo dimensionar as deficiências de profissionais do país.

"Será um cadastro para que a gente possa ter uma fortaleza, uma segurança do número de especialista atuando em diversas regiões, e que possamos também investir nesta ampliação que já estamos fazendo agora, mas com um nível maior de segurança", explicou Mozar Sales, Secretário do Trabalho da Educação na Saúde.

 

Segundo o Ministério da Saúde, existem disponíveis hoje no país 1,8 médicos para cada mil habitantes. A maior concentração está na região sudeste, com 2,49 médicos para cada mil habitantes. A região sul tem 1,90 médicos e a região centro-oeste, 1,77 médicos para cada mil habitantes.

Já os maiores déficits estão nas regiões Norte, com 0,90 médicos para cada mil habitantes e na Nordeste, com 1,09 médicos para cada mil habitantes. Segundo o ministro, a ampliação das vagas terá um reforço nas áreas consideradas mais debilitadas.

"Ao ampliarmos as vagas de residência para as regiões Norte e Nordeste, o ministério está também fazendo um forte empenho para fixar estes profissionais nestas regiões”, disse o ministro.