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Cientistas veem comportamento promíscuo e bissexual em lula

Cientistas veem comportamento promíscuo e bissexual em lula

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:26

Estudo foi feito com imagens submarinas de lulas

coletadas durante 20 anos. (Foto: MBARI / via BBC)

  Cientistas americanos que observaram a vida sexual de uma espécie de lula que vive nas profundezas afirmam que os animais mantêm sexo tanto com machos como fêmeas e possuem hábitos sexuais promíscuos.

As conclusões dos especialistas foram feitas estudarem imagens submarinas das lulas de águas profundas, conhecidas como Octopoteuthis deletron , colhidas ao longo de 20 anos.

Entre as explicações encontradas para o fenômeno estão a de que os acasalamentos nas águas profundas são raros e realizados em um ambiente pouco favorável e a de que as lulas não seriam capazes de distinguir o sexo de seus pares na escuridão das águas profundas.

A pesquisa, publicada na revista especializada Biology Letters, foi possibilitada graças às imagens registradas por submarinos operados remotamente no cânion de Monterey, na região costeira da Califórnia, a profundidades que variam entre 400 e 800 metros.

Até recentemente, pouco se sabia sobre a vida sexual da espécie, exceto pelo fato de que os machos usam um órgão comprido, semelhante a um pênis, para depositar na fêmea espermatóforos, uma cápsula contendo milhões espermatozoides, absorvidos pela fêmea em seu tecido.   O pesquisador que comandou o estudo, Hendrik Hoving, do Instituto Aquático da Baía de Monterey, explicou que sua equipe não chegou a obter imagens dos animais se acasalando, mas encontrou traços de cápsulas de espermatozoide tanto em fêmeas como em machos.

Acasalamento bissexual

"Como a localização das cápsulas de espermatozoide são similares em ambos os sexos, nós concluímos que os machos acasalam tanto com machos como fêmeas", afirmou Hoving.

Os pesquisadores descobriram o mesmo número de espermatóforos depositados em machos e fêmeas, o que indicaria que o acasalamento entre pares do mesmo sexo seria tão frequente quanto o realizado entre pares do sexo oposto.

E o número de cápsulas de espermatozoide depositadas também sugere que os animais seriam promíscuos, segundo os pesquisadores.

O comportamento incomum, afirmam eles, pode ser explicado pelo fato de que a lula está tentando ampliar as suas chances de passar adiante os seus gentes em meio ao ambiente desfavorável em que vive.

Na pesquisa, os especialistas afirmam que "no habitat profundo e escuro onde o Octopoteuthis deletron vive, os machos são poucos e estão espalhados".

"Nós sugerimos que o acasalamento bissexual do O. deletron faz parte de uma estratégia de reprodução que maximiza o sucesso ao induzir os machos a inseminar indiscriminadamente cada lula que encontram".            

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