Os soldados que invadiram o palácio presidencial e prenderam o presidente do Níger, Mamadou Tandja, e outros membros de seu gabinete, anunciaram a suspensão da Constituição e a dissolução das instituições estatais.
"Nesse dia 18 de fevereiro, nós, as forças de segurança e de defesa, decidimos assumir a responsabilidade e pôr um fim a uma situação tensa que muitos já conhecem. O Conselho Supremo para Restauração da Democracia (CSRD), do qual eu sou o porta-voz, decidiu suspender a constituição e dissolver as instituições estatais", disse o coronel Goukoye Abdul Karimou em um discurso transmitido em rede nacional de televisão.
O coronel pediu ainda apoio internacional ao golpe que, segundo ele, pretende "libertar" o país da "corrupção, pobreza e decepção".
Soldados tomaram as ruas da capital, Niamei, e algumas estações de rádio saíram do ar. A televisão estatal afirmou que as fronteiras do país foram fechadas e um toque de recolher foi instituído no país.
O golpe de Estado teve início por volta de 13h no horário local (10h em Brasília), quando os soldados invadiram o palácio presidencial e prenderam o presidente, Mamadou Tandja, e outros membros do gabinete do governo.
Tiros foram disparados ao redor do palácio durante cerca de 30 minutos. Tanques tomaram as ruas de Niamei, e testemunhas dizem que pessoas feridas foram levadas para hospitais da região.
Tensão
A tensão política no Níger - ex-colônia da França nos limites do Deserto do Saara - cresceu desde que Tandja mudou a Constituição do país no ano passado para poder se candidatar a um terceiro mandato.
O governo e a oposição estavam tentando chegar a um acordo, sob a mediação do grupo Ecowas (Comunidade Econômica dos Estados do Oeste Africano, na sigla em inglês), mas sem sucesso até agora.
Ex-oficial do Exército, Tandja foi eleito presidente pela primeira vez em 1999 e reeleito cinco anos depois.
O Níger viveu longos períodos sob regime militar desde que tornou-se independente da França, em 1960.
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