O governo da Etiópia apelou nesta quinta-feira por uma ajuda emergencial da comunidade internacional para alimentar 6,2 milhões de seus habitantes.
O pedido foi feito durante uma reunião com doadores para discutir o impacto de uma seca prolongada que vem afetando partes do leste da África.
Segundo o ministro da Agricultura da Etiópia, o país precisa de US$ 121 milhões.
O pedido é feito 25 anos depois de o país ganhar a atenção de todo o mundo por conta das imagens da fome que matou 1 milhão de etíopes nos anos 1980.
O Programa Mundial de Alimentação da ONU diz enfrentar uma escassez de recursos de mais de US$ 85 milhões para o envio de alimentos para a Etiópia até o fim do ano.
Políticas
Segundo o editor da BBC para a África, Martin Plaut, a origem da crise na Etiópia vai além da seca e é em parte resultado das políticas desenvolvidas com o objetivo de manter os agricultores no campo.
As terras para a agricultura na Etiópia pertencem ao Estado e não podem ser vendidas, então as terras são passadas de geração para geração, divididas e sub-divididas diversas vezes.
Muitas dessas terras são tão pequenas, e o solo tão superutilizado, que elas não conseguem produzir o suficiente para alimentar as famílias que as cultivam, mesmo quando chove o suficiente.
O governo etíope se recusa a permitir que as terras sejam vendidas para evitar um fluxo de agricultores para as cidades.
Hoje, apenas cerca de 17% dos 80 milhões de etíopes vivem em áreas urbanas.
O objetivo do governo com sua política é evitar uma grande taxa de desemprego urbano e a instabilidade social que isso poderia provocar.
Mas essa política não é o único fator. Outro fator é o fechamento da fronteira com a Eritreia, o que prejudica o fluxo normal de comércio.
Além disso, o rápido crescimento populacional também prejudicou a capacidade da Etiópia de alimentar sua população.
E conflitos em várias áreas reduziram a produção agrícola.
Em conjunto, esses fatores são ao menos tão importante quanto a falta de chuvas para explicar a situação problemática na Etiópia.
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