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Evo Morales empossa novos ministros e acusa mídia de mentir

Evo Morales empossa novos ministros e acusa mídia de mentir

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:25

O presidente boliviano, Evo Morales, chamou a imprensa de "maior oposição" na noite desta terça-feira (28), no discurso de posse dos novos ministros do Interior e da Defesa, em meio à crise provocada pela repressão policial a indígenas que protestavam contra a construção de uma rodovia que passaria pelo meio de uma reserva florestal.

"Na noite passada, alguns meios informavam nove mortos, outros falavam em massacre, em uma criança morta. Quero perguntar a estes meios: Onde está o menino morto? Onde foi velado? Como chamam seus pais? Alguns meios servem apenas para mentir, mentir e mentir", mas o povo sabe 'quem diz a verdade e quem mente'. Já disse isto e não tenho medo de repetir: a maior oposição a Evo Morales são os meios de comunicação, mas vamos lutar esta batalha, da verdade contra a falsidade", disse o presidente.

Morales empossou nesta noite os novos ministros do Interior e da Defesa, Wilfredo Chávez e Rubén Saavedra, após a renúncia de Sacha Llorenti e de Cecilia Chacón. Eles abandonaram os ministérios em meio às acusações de extrema violência na repressão da marcha indígena para protestar contra a estrada sobre uma reserva ambiental na amazônia boliviana.

Evo Morales (esquerda) cumprimenta Wilfredo Chavez (centro) após ele ser

 empossado como novo ministro do Interior - ao lado de Ruben Saavedra (Foto: Juan Karita/AP)

  "Vou me defender das acusações. Faço pública a decisão de renunciar para evitar qualquer tipo de instrumentalização" política do incidente, disse Llorenti. "Não abandono o barco porque está afundando, pelo contrário, dou um passo com o humilde objetivo de que o barco do processo revolucionário avance com maior rapidez."

Llorenti havia responsabilizado o vice-ministro do Interior , Marcos Farfán, por decidir e dirigir a operação policial contra a marcha indígena.

Na segunda-feira, Chacón pediu demissão para repudiar a ação "injustificável" da polícia contra os indígenas, quando "existem outras alternativas".

No domingo passado, a polícia dispersou com violência o acampamento da marcha indígena em Yucumo, onde os manifestantes foram retirados de suas barracas e forçados a embarcar em ônibus.

Diante da onda de indignação pela repressão ao protesto, Evo Morales suspendeu o projeto de construção da rodovia que cortaria o Território Indígena Parque Nacional Isiboro Sécure, até que "todas as partes sejam ouvidas".

Morales também propôs a criação de "uma comissão de alto nível, com organismos internacionais e o defensor do Povo, para que haja uma profunda investigação sobre os fatos" envolvendo a repressão.

A violência policial contra os manifestantes, que não poupou mulheres e crianças, provocou protestos inflamados nas ruas de La Paz, Cochabamba e Santa Cruz, além de uma greve cívica na região de Beni.

A rodovia em questão é parte do projeto que unirá os oceanos Pacífico e Atlântico e promoverá o comércio na América do Sul. Financiado pelo Brasil, a proposta tem custo total de US$ 415 milhões.            

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