O líder líbio Muammar Gaddafi está disposto a promover eleições e renunciar se for derrotado, disse um filho dele nesta quinta-feira. A ideia tem poucas chances de acalmar seus adversários, mas pode testar a união da aliança ocidental que procura forçá-lo a deixar o poder.
"As eleições poderiam acontecer em três meses. No máximo até o final do ano, e a garantia de transparência seria a presença de observadores internacionais", disse Saif al-Islam, um dos filhos de Gaddafi, ao jornal italiano Corriere della Sera.
Ele disse que seu pai, que chegou ao poder no mesmo ano em que o homem pisou na Lua, se disporia a renunciar se perdesse a eleição, mas não se exilaria.
OTAN
A proposta -- que foi feita após uma série de concessões oferecidas pelo líder líbio e que potências ocidentais tacharam de meros artifícios -- vem num momento em que cresce a frustração em alguns membros da Otan com o progresso da campanha militar.
Quatro meses depois do início do conflito na Líbia, os avanços dos rebeldes em direção a Trípoli são lentos, na melhor das hipóteses, enquanto semanas de ataques aéreos da Otan ainda não conseguiram pôr fim aos 41 anos de governo de Gaddafi no país petrolífero.
Intensificando a pressão sobre a Otan, Rússia e China divulgaram um comunicado conjunto sublinhando suas preocupações com os ataques aéreos. A declaração foi assinada em Moscou pelos presidentes dos dois países, Dmitri Medvedev e Hu Jintao.
"Para evitar uma escalada maior da violência, é preciso garantir a adesão cuidadosa" às resoluções da ONU sobre a Líbia "de todas as partes envolvidas", diz o documento.
A Otan iniciou os bombardeios aéreos sobre Trípoli depois de as forças de Gaddafi terem recorrido à força para sufocar uma rebelião contra seu governo, em fevereiro. O líder líbio já descreveu os rebeldes como "ratos" e diz que a campanha da Otan é um ato de agressão colonial que visa o roubo do petróleo líbio.
As forças rebeldes agora estão combatendo as tropas de Gaddafi em três frentes: no leste do país, em torno da cidade petrolífera de Brega; nos arredores de Misrata, a terceira maior cidade da Líbia, sob controle dos rebeldes, e nos Montes Ocidentais, a sudoeste de Trípoli.
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