MENU

Mundo

Filhos adotivos de dona do "Clarín" aceitam fazer exames de DNA

Filhos adotivos de dona do "Clarín" aceitam fazer exames de DNA

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:38

Os dois filhos adotivos de Ernestina Herrera de Noble, dona do Grupo Clarín -- maior grupo de meios de comunicação da Argentina --, aceitaram ser submetidos a testes voluntários de DNA para esclarecer se são filhos biológicos de desaparecidos políticos da época da ditadura (1976-1983).

Marcela e Felipe Noble Herrera aceitaram um novo exame de DNA para "acabar com o estado de angústia ante seus próprios desejos", disse o advogado dos irmãos, Horacio Silva.

Os jovens aceitaram ser submetidos aos exames e confrontá-los com amostras de DNA dos familiares de desaparecidos durante a ditadura, depositadas no Banco Nacional de Dados Genéticos, depois que o Tribunal de Apelações argentino decidiu há duas semanas limitar a comparação com casos registrados até julho de 1976.

"Dado o contexto e as condições que sofreram e, sobretudo, ante os efeitos gerados na saúde de sua mãe [Ernestina Herrera de Noble] e com o único objetivo de encerrar o caso, tomaram a decisão de fazer o exame e também aceitaram que a comparação seja feita com todas as famílias que tenham dados genéticos no banco", disse o advogado.

Em sua decisão de junho, o Tribunal de Apelações também havia confirmado uma resolução da Câmara Federal de Apelações de San Martín (periferia noroeste de Buenos Aires) para que os jovens fossem submetidos a um exame compulsório de sangue, conforme autorizado pela lei.

Em maio de 2010, por decisão da juíza, entraram na casa dos irmãos para pegar amostras contidas em escovas de dentes e de cabelo, mas o banco de dados determinou que as mostras não eram válidas para análise, pois apresentavam vários perfis genéticos.

O grupo Avós da Praça de Maio suspeita que os jovens sejam filhos roubados que nasceram durante o cativeiro de seus pais, no regime militar.

"É uma notícia alentadora porque isto é o que queremos há mais de 10 anos. Finalmente se lançará luz sobre esta questão", disse Estela de Carlotto, presidente da instituição humanitária.

A decisão dos jovens, adotados em 1976 quando tinham meses de idade, ocorre 10 anos após o início do processo judicial que incluiu a detenção em 2003 por algumas horas da mãe adotiva dos jovens, Ernestina Herrera de Noble, de 86 anos.

Os irmãos dizem que a adoção foi legal e que se sentem vítimas de uma "perseguição" e "presos pelos ataques" do governo da presidente Cristina Kirchner. O Grupo Clarín tem sérios enfrentamentos com o governo da presidente.

Quase 500 bebês, filhos de desaparecidos, foram roubados e adotados durante a ditadura, segundo o grupo, cujo trabalho permitiu encontrar 103 deles, que recuperaram suas identidades.

Cerca de 30 mil opositores desapareceram na ditadura, segundo organismos defensores de direitos humanos.

Este conteúdo foi útil para você?

Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia

Siga-nos

Mais do Guiame

O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições