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Segundo Claude Guéant, Mohamed Merah recebeu uma \'missão geral\' de ataques na França, mas rejeitou lançar ataque suicida
Imagem capturada de vídeo mostra o suspeito pelos ataques na França, Mohamed Merah. Imagem foi publicada pelo jornal Le Figaro com crédito para a France 2
Foto: Reprodução
O ministro do Interior da França, Claude Guéant, disse que o suspeito por três ataques na França disse ter recebido instruções da Al-Qaeda no Paquistão para "uma missão geral" para um atentado na França, mas que rejeitou lançar uma missão suicida.
"Ele explicou a forma como recebeu instruções da Al-Qaeda durante sua viagem ao Paquistão, chegando a ter uma proposta para provocar um atentado suicida, que ele recusou, mas aceitou uma missão geral para cometer um atentado na França", declarou o ministro à rede TF1.
O suspeito, identificado como o francês de ascendência argelina Mohamed Merah, de 24 anos, está cercado pela polícia desde às 3h local (11 horas de terça-feira em Brasília) em sua residência no norte de Toulouse, no sul francês. A polícia conseguiu rastreá-lo por uma conexão de internet.
Merah é suspeito pelo ataque a tiros contra uma escola judaica de Toulouse na segunda-feira e por dois atentados contra militares na semana passada. Há informações de que ele planejava lançar um quarto ataque nesta quarta-feira, afirmou o procurador francês François Molins.
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O suspeito, que continua cercado em Toulouse, foi ao Afeganistão duas vezes e recebeu treinamento na região do Waziristão do Sul, um dos redutos da Al-Qaeda, rede terrorista à qual disse pertencer.
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Dois policiais também estavam na lista de vítimas de Merah. De acordo com Mollins, o suspeito afirmou ter agido sozinho e lamentou as mortes, mas disse que queria matar mais pessoas para "deixar a França de joelhos".
Segundo Guéant, o suspeito disse que os ataques foram realizados para “vingar crianças palestinas mortas no Oriente Médio” e punir a França pelos "crimes" cometidos no Afeganistão.
O ministro afirmou que o suspeito jogou pela janela a arma supostamente usada nos três ataques em troca de um “aparelho de comunicação” para negociar sua rendição, que aconteceria ainda nesta quarta-feira. Ele tem outras armas, incluindo uma metralhadora AK-47.
“Nossa principal preocupação é prendê-lo, e prendê-lo em condições nas quais ele possa ser apresentado à Justiça”, afirmou o ministro. “Capturá-lo com vida é crucial.”
A polícia chegou a entrar no local, mas saiu após uma troca de tiros que feriu três policiais. Segundo Gueant, o suspeito disse que irá se entregar ainda nesta quarta-feira. O ministro acrescentou que o jovem é monitorado há "vários anos" pela França, por suas "visões fundamentalistas".
O irmão do Merah, detido na manhã desta quarta-feira para interrogatório, estaria envolvido em um grupo militante que envia combatentes para o Iraque. Autoridades disseram que explosivos foram encontrados em um dos carros dele. Também foram detidas a companheira do irmão e a mãe dos dois homens.
Promotores disseram que outras operações estão em andamento para procurar possíveis cúmplices. Logo após os ataques da segunda-feira, uma grande operação de buscas, envolvendo todas as forças policiais do país, foi estabelecida, diante do temor de que o assassino poderia atacar novamente.
Enterro
As quatro vítimas do ataque a tiros contra a escola foram enterradas nesta quarta-feira em um cemitério de Jerusalém, em Israel. Parentes acompanharam chorando o enterro do rabino Jonathan Sandler, 30 anos, seus filhos Arieh, 5 anos, e Gabriel, 3 anos, e de outra criança, Myriam Monsenego, 8 anos.
Durante o enterro, a mulher do rabino, Eva Sandler, se despediu do marido e dos dois filhos dizendo “voltem para casa” em francês. A imprensa israelense disse que Eva está grávida e viajou da França para Israel com o filho mais novo do casal.
As famílias das vítimas pediram para que elas fossem enterradas em Jerusalém. As crianças tinham dupla cidadania (francesa e israelense) e o rabino tinha vivido em Israel durante anos.
No funeral, o irmão mais velho de Myriam, Avishai, 20 anos, pediu que Deus dê força a seus pais. Em seu nome e dos outros três irmãos, ele pediu que o pai e a mãe “sigam em frente”.
Com AP e BBC
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