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Índice de radiação diminui em usina nuclear do Japão, diz agência da ONU

Índice de radiação diminui em usina nuclear do Japão, diz agência da ONU

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:52

Dados japoneses indicam que os índices de radioatividade caíram drasticamente na usina nuclear mais danificada pelo terremoto e o tsunami da semana passada, disse a agência nuclear da ONU nesta terça-feira.

De acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), um índice de radiação de 11,9 milisieverts (mSv) por hora foi observado no portão principal da usina nuclear de Fukushima, na noite de segunda-feira (horário de Brasília). Seis horas depois, o índice caiu para 0,6 milisieverts, segundo comunicado da agência sediada em Viena. A AIEA usa a unidade para medir doses de radiação recebida pelas pessoas. A exposição a mais de 100 milisieverts por ano já pode levar ao câncer, segundo a Associação Nuclear Mundial.     O primeiro-ministro Naoto Kan pediu que as pessoas não saiam de casa num raio de 30km em torno da usina - área onde vivem 140 mil moradores. Essa é a mais grave crise nuclear no planeta desde o acidente na usina de Chernobil, na Ucrânia, em 1986.

Cerca de oito horas após as explosões, a Organização Meteorológica Mundial disse que os ventos estavam dispersando o material radiativo sobre o oceano Pacífico, longe do Japão e de outros países asiáticos. Mas a agência meteorológica da ONU acrescentou que as condições meteorológicas podem mudar.     O acidente nuclear - causado por um terremoto e por um subsequente tsunami, na sexta-feira - agrava as preocupações com o impacto econômico das sucessivas tragédias. As ações de empresas japonesas chegaram a cair até 14%, mas fecharam a terça-feira em baixa de 9,5%. Na véspera, a queda já havia sido de 7,5%o, e os dois dias de quedas representam a retirada de US$ 620 bilhões do mercado.   Os níveis de radiação na cidade de Maebashi, 100 km a norte de Tóquio, e na província de Chiba, perto da cidade, são até dez vezes superiores aos níveis normais, segundo a agência de notícias Kyodo.

Na capital são registrados apenas níveis mínimos, que segundo as autoridades municipais até agora 'não são um problema'.

Em um sombrio pronunciamento à nação, Kan disse que 'a possibilidade de vazamento radioativo ainda está aumentando'. 'Estamos fazendo todos os esforços para evitar que o vazamento se propague. Sei que as pessoas estão muito preocupadas, mas eu gostaria de pedir que ajam com calma.'

Dois reatores da usina Fukushima Daiichi registraram explosões na terça-feira, após vários dias de esforços frenéticos para resfriá-los. A agência Kyodo disse que a piscina de resfriamento de combustível nuclear no reator número 4 pode estar fervendo, o que sugere que a crise está longe de terminar na central nuclear, que fica 240 km ao norte de Tóquio.

A empresa que opera a usina retirou 750 trabalhadores do local, restando apenas 50, e o sobrevoo de aeronaves foi proibido num raio de 30 km em torno da usina.

'O material radioativo chegará a Tóquio, mas não é prejudicial ao corpo humano, porque ele será dissipado no momento em que chegar a Tóquio', disse Koji Yamazaki, professor de ciências ambientais na Universidade de Hokkaido. 'Se o vento ficar mais forte, isso significa que o material voará mais rápido, mas será ainda mais dispersado no ar.'

Apesar dos pedidos de calma, os moradores correram para se abastecer no comércio de Tóquio. A Dom Quixote, loja de departamentos que funciona 24 horas por dia, no bairro de Roppongi, esgotou seu estoque de rádios, lanternas, velas e sacos de dormir.

Num sinal de receio com a radiação, a China disse que vai retirar seus cidadãos das áreas mais afetadas, mas que não detectou nenhum nível anormal de radiação em seu território. A Air China decidiu cancelar voos para Tóquio.

Várias embaixadas aconselharam seus funcionários e cidadãos a abandonarem as zonas afetadas. Turistas abreviaram suas férias, e empresas multinacionais orientaram seu pessoal a partir, ou cogitam se transferir para fora de Tóquio.      

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