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Obama eRomney protagonizam debate agressivo nos EUA

Obama eRomney protagonizam debate agressivo nos EUA

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:10

Leda Balbino

Presidente dos EUA parte para o ataque para tentar reverter efeitos de derrota no primeiro debate no dia 3

Para tentar reverter sua derrota no primeiro debate presidencial, o presidente dos EUA, Barack Obama, partiu para o ataque nesta terça-feira contra seu rival republicano, Mitt Romney, durante o segundo encontro entre os dois antes das eleições de 6 de novembro.

Criticado por seu desempenho passivo, apático e distraído no primeiro embate entre os dois em Denver (Colorado) em 3 de outubro, Obama mostrou-se mais confiante e tentou acuar Romney em relação às promessas republicanas de campanha e ao responder as críticas feitas por seu oponente sobre seus primeiros quatro anos no poder.

Nos 90 minutos do encontro desta terça na Universidade de Hofstra em Hempstead, Long Island (Nova York), os dois candidatos fizeram acusações mútuas, desafiaram um ao outro em questões como política energética, criação de empregos e imigração, apontaram o dedo um ao outro e frequentemente interromperam a fala de seu oponente. “Você terá sua chance daqui a pouco. Ainda estou falando”, disse Romney em determinado momento.

O formato do debate diferiu do primeiro porque as perguntas sobre assuntos domésticos e internacionais foram feitas por 80 eleitores indecisos sob mediação da principal correspondente política da CNN, Candy Crowley. Os participantes foram escolhidos pelo Instituto de Pesquisas Gallup a partir de uma amostra aleatória de todos os residentes do Condado de Nassau, em Nova York.

O desafio de Obama era superar-se em relação ao debate do dia 3, quando seu desempenho hesitante o fez cair nas pesquisas nacionais e ficar praticamente empatado com Romney. Segundo levantamento de segunda-feira da Reuters/Ipsos, Obama tem 47% das intenções de voto, enquanto Romney tem 45%.

Nos EUA, porém, os presidentes não são eleitos diretamente pela votação nacional, mas por disputas estaduais que correspondem a votos no Colégio Eleitoral. Em eleições apertadas, os chamados Estados-pêndulo – que não são tradicionalmente republicanos ou democratas – são essenciais nas urnas.

Segundo média de pesquisas do site RealClearPolitics, Obama tem uma vantagem pequena em muitos dos nove Estados-pêndulo (entre os quais estão Colorado, Flórida, Ohio, Pensilvânia e Virgínia) que determinarão quem ocupará a Casa Branca a partir de 20 de janeiro do próximo ano. De acordo com o site, Obama tem 201 votos assegurados no Colégio Eleitoral, enquanto Romney tem 191. Para ser eleito, um candidato precisa de 270 dos 538 votos do órgão.

‘47% dos americanos’

Obama entrou no local do debate decidido a mostrar mais força em relação a seu rival e, desde o início, adotou uma postura mais agressiva. Ele criticou a oposição de Romney ao pacote de resgate à indústria automobilística americana e retratou as propostas econômicas do republicano como uma forma de pressionar a classe média. “O governador Romney diz ter um plano de cinco pontos, mas não tem. Tem um plano de um ponto, que é fazer com que as pessoas no topo joguem com regras diferentes.”

Romney respondeu afirmando que os gastos do governo Obama estavam estimulando o déficit e levariam a grandes aumentos de impostos. Ele também criticou a forma como Obama lidou com a economia e o culpou pelo aumento do preço da gasolina. “A classe média tem sido esmagada durante os últimos quatro anos.”

Obama usou o histórico de Romney como um empresário de sucesso para retratá-lo como alguém da classe privilegiada e sem contato com a realidade da classe média. No final, o líder americano mencionou pela primeira vez as declarações gravadas em vídeo de Romney de que 47% dos americanos dependem do governo. “Meu trabalho não é me preocupar com essas pessoas. Nunca vou convencê-los de que devem assumir a responsabilidade pessoal e cuidar de suas vidas”, disse o republicano na gravação.

Depois de ouvir Romney dizer nesta terça que “me preocupo com 100% da população americana”, Obama disse: “Acredito que o governador Romney é um bom homem. Mas também acredito que quando disse a portas fechadas que 47% do país se consideram vítimas que rejeitam a responsabilidade pessoal, pense sobre quem ele estava falando.” O presidente afirmou que esse grupo incluía os idosos recebendo benefícios de aposentadoria, veteranos, estudantes e soldados. “Se eles forem bem-sucedidos, acredito que esse país terá êxito.”

A temática econômica dominou vários momentos do encontro, com os candidatos tentando traçar diferenças claras em relação um ao outro. Com seu primeiro governo sendo marcado por problemas econômicos como alto desemprego, fraco crescimento e temores da volta da recessão, Obama defendeu suas políticas afirmando que elas evitaram uma catástrofe no país, salvaram a indústria automobilística americana e abriram caminho para a recuperação futura.

Romney, por sua vez, argumentou que Obama fracassou nos últimos quatro anos e que chegou o momento de uma nova liderança. Ele prometeu consertar a política fiscal e coibir o que caracterizou como práticas comerciais injustas da China.

Em um encontro dominado em grande parte por questões domésticas, os candidatos foram questionados sobre a morte de quatro americanos, incluindo o embaixador, no Consulado dos EUA em Benghazi, Líbia, no mês passado. O ataque, inicialmente descrito pelo governo americano como uma reação a um vídeo crítico ao Profeta Maomé, na verdade foi planejado com antecipação, com informações de que o Departamento de Estado foi alertado sobre o assunto.

Nesta terça-feira, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, assumiu a responsabilidade pela segurança da representação diplomática dos EUA na Líbia, algo que Obama não aceitou durante o debate desta noite. “Eu sou o presidente. Hillary trabalha para mim. A responsabilidade é minha”, disse, afirmando que está comprometido a investigar o que aconteceu de errado.

A primeira pergunta que os candidatos tiveram de responder veio de um estudante que questionou como os dois candidatos poderiam assegurar que ele terá um emprego após se graduar na faculdade. Sem especificar as medidas que tomaria, Romney respondeu que sabe sobre a necessidade de criar empregos e facilitar que os jovens tenham acesso à educação universitária. Segundo ele, a nação enfrenta mais débito e menos empregos. “Mudarei isso”, disso.

Obama, por sua vez, disse que atuaria sobre a base de 5 milhões de empregos criados no setor privado durante seu primeiro mandato, pressionando por mais empregos na setor manufatureiro. Ele disse que suas políticas têm como objetivo promover o sistema educacional e uma variedade de fontes de energia.

Formato informal

Apesar de os candidatos terem cadeiras, o formato de debate de perguntas da plateia os compeliu a passar a maior parte do tempo perto dos espectadores, andando pelo espaço e olhando diretamente para seus interlocutores. É como se tentassem se conectar com cidadãos que estavam lá para representar dezenas de milhões de americanos que acompanharam o embate pela TV.

Ao reconhecer que perdeu o primeiro debate no início do mês, Obama afirmou que foi “educado demais” com seu oponente. Para ter um desempenho mais agressivo e enérgico nesta terça-feira, o líder americano passou o fim de semana se preparando em um resort no Estado da Virgínia.

Romney, por sua vez, precisava repetir a forte atuação de quase duas semanas atrás, quando se mostrou mais confiante que o líder. A ocasião também foi usada por Romney para posicionar sua agenda mais ao centro depois de uma campanha eleitoral altamente conservadora voltada aos eleitores mais de direita.

O último debate presidencial ocorre na próxima segunda-feira, 22 de outubro, em Boca Raton, na Flórida, abordando exclusivamente questões de política externa.


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