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Oposição diz que Suu Kyi ganhou vaga no Parlamento em Mianmar

Oposição diz que Suu Kyi ganhou vaga no Parlamento em Mianmar

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 9:14

iG São Paulo

Líder pró-democracia e prêmio Nobel da Paz teve permissão para concorrer pela primeira vez desde 1990

A líder de oposição e prêmio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, que passou duas décadas em prisão domiciliar, conquistou uma das vagas no Parlamento de Mianmar em eleições realizadas neste domingo. A informação foi divulgada pelo partido da líder - a Liga Nacional pela Democracia (LND). Segundo a sigla, ela foi eleita com ampla votação, mas a apuração dos votos ainda não acabou no país.

Milhares de eleitores foram às urnas neste domingo para votar nas eleições parlamentares do país, a primeira votação desde o começo dos anos 1990 em que Suu Kyi pode concorrer, depois de duas décadas em prisão domiciliar. O seu partido está concorrendo às 45 vagas abertas à disputa.

 

 

Partidários de Suu Kyi comemoram anúncio feito por seu partido de que ela foi eleita

Foto: AP

A votação é vista como um teste fundamental das reformas políticas anunciadas pelo regime de Mianmar. Mas mesmo apesar da relativa abertura recente no país, o governo militar vai continuar predominando no cenrio político.

 

Jornalistas e monitores internacionais estão podendo acompanhar as eleições com o maior grau de liberdade que já foi permitido pelo governo de Mianmar. A União Europeia (UE) sinalizou que está disposta a revogar algumas sanções que mantém contra o país, caso a eleição seja bem-sucedida.

Ministros das Relações Exteriores do bloco vão se reunir no dia 23 de abril em Bruxelas para discutir o assunto. Além da União Europeia, há também representantes dos Estados Unidos e da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) no país.

Neste domingo, houve algumas reclamações da oposição sobre a lisura do processo eleitoral. O porta-voz da Liga Nacional pela Democracia, Nyan Win, disse à agência de notícias AFP que enviou uma carta à comissão eleitoral reclamando sobre cédulas que teriam sido manipuladas. "Isso está acontecendo em todo o país. A comissão eleitoral é responsável pelo que está acontecendo", disse ele.

Abertura política

Visto como um dos mais fechados do mundo, o regime de Mianmar é alvo de acusações de violação de direitos humanos. Mas desde 2010, quando começou uma transição de poder com a chegada de uma geração mais jovem de líderes, o governo impressionou observadores internacionais com o ritmo da abertura política.

A maioria dos prisioneiros políticos foi solta, restrições à imprensa foram aliviadas e Suu Kyi e a LND puderam retornar à cena política. Eles estavam ausentes desde 1990, quando o partido venceu as eleições gerais, mas foi impedido de assumir o governo pelos militares.

Suu Kyi passou 20 anos em prisão domiciliar. Em 2010, quando obteve permissão para concorrer em eleições, ela se recusou, por entender que o processo não seria democrático. A decisão provocou novas reformas que culminaram na eleição deste domingo.

A ativista afirma que o processo não é "genuinamente livre e justo" e que as reformas adotadas até agora não são irreversíveis, mas que mesmo assim o seu partido não se arrepende da decisão de concorrer.

A LND é um entre 17 partidos de oposição que estão participando da eleição. Apenas uma parcela das vagas do Parlamento está em disputa, e a sigla governista manterá seu predomínio na Casa. Suu Kyi, que tem 66 anos, está disputando uma vaga na Câmara Baixa pelo distrito de Kawhmu, na periferia da cidade de Rangoon.

Com BBC


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