O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, elevou novamente o tom da sua retórica contra Israel, ao dizer que o Holocausto é uma mentira, a poucas semanas da retomada do diálogo do seu país com as potências mundiais.
''O pretexto para a criação do regime sionista é falso. Trata-se de uma mentira baseada em uma alegação improvável e mítica'', disse ele em sermão na Universidade de Teerã, encerrando a celebração anual do ''Dia de Qods (Jerusalém)'', uma data marcada pelos ataques verbais a Israel.
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, discursa nesta sexta-feira (18) em Teerã. (Foto: AFP)
''Confrontar o regime sionista é um dever nacional e religioso'', acrescentou.
Declarações de Ahmadinejad negando o Holocausto já haviam provocado indignação internacional anteriormente, levando a um maior isolamento do Irã, que já sofre sanções por causa do seu programa nuclear.
Ahmadinejad alertou os governos árabes a não se aproximarem de Israel. ''Este regime (israelense) não vai durar muito. Não amarrem seu destino a ele (...). Esse regime não tem futuro. Sua vida chegou ao fim'', disse ele no discurso transmitido ao vivo pela rádio estatal.
O Irã retoma no dia 1º as negociações com seis potências globais sobre seu programa atômico, mas na quinta-feira Ahmadinejad reiterou que o país ''nunca'' abandonará suas atividades atômicas para agradar aos críticos ocidentais, que acusam Teerã de desenvolver armas nucleares.
O governo iraniano nega, alegando ter interesse apenas na produção de energia para fins civis.
Em entrevista à TV NBC, Ahmadinejad evitou responder diretamente se haveria alguma condição sob a qual o Irã desenvolveria armas atômicas.
Casa Branca critica
A Casa Branca condenou o que chamou de ''mentiras sem fundamento, ignorantes e cheias de ódio'' do presidente iraniano.
''Já ouvimos esse tipo de retórica no passado, mas é óbvio que condenamos as declarações dele. Quero lembrar aqui o que o presidente disse no Cairo: negar o Holocausto é infundado e ignorante'', declarou Robert Gibbs, porta-voz de Barack Obama, referindo-se ao discurso do presidente americano para o mundo muçulmano.
''Promover essas mentiras maldosas só contribui para isolar mais ainda o Irã do resto do mundo'', acrescentou Gibbs.
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