O celular é o objeto mais roubado e furtado por criminosos na capital paulista, segundo dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP) do estado de São Paulo obtidos pelo G1. De acordo com o levantamento, 166.978 telefones acabaram levados por bandidos, de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2014.
Isso representa uma média de quase 457 aparelhos subtraídos a cada 24 horas no período de 12 meses, ou 19 telefones levados por hora. Os dados mostram que a quantidade de aparelhos telefônicos roubados e furtados em São Paulo supera a de outros itens: por exemplo, dinheiro, identidades (RGs), cartões bancários, carteira nacional de habilitação (CNH) e documentos pessoais.
Fácil revenda
De acordo com policiais ouvidos pelo G1, os telefones são o alvo preferido de criminosos e grupos, como a gangue das bicicletas, que atuam nas ruas da cidade, porque têm fácil revenda.
Assim como carros e motos que são roubados e furtados em São Paulo, os celulares levados por criminosos acabam ‘depenados’ para que as peças sejam vendidas ilegalmente.
Os aparelhos levados seguem quase sempre para o mesmo destino: a Cracolândia, no Centro de São Paulo, o Rio de Janeiro e o Paraguai. Quando não são desmanchados para a revenda de peças, têm as “carcaças” reaproveitadas com a troca dos chips.
Na região central, algumas lojas são receptadoras de celulares roubados e furtados, segundo agentes. Uma tela de iPhone 4S, por exemplo, pode ser revendida ao consumidor por R$ 150.
Tão valioso quanto ouro
Uma das vítimas falou com o G1, horas depois da Polícia Militar ter detido três pessoas suspeitas de roubá-lo na região do Morumbi. Alegando questões de segurança, ele não quis mostrar o rosto ou divulgar seu nome (veja vídeo acima).
"Parecia coisa de filme”, disse o motorista roubado em um semáforo. “Entraram com tudo na frente do carro, armado (...) Aí eles pediram carteira, e o celular, um iPhone”.
Foi a segunda vez que ele teve o telefone levado por ladrões. A vítima contou que os bandidos estavam tão dispostos a roubar o aparelho, que nem se importaram quando não conseguiram arrancar a aliança de ouro que o homem tinha no dedo. "Falei para eles que estava apertada então eles disseram: 'o celular já resolve, vamos embora'".
Um iPhone roubado de R$ 2 mil, por exemplo, pode ser vendido para lojas clandestinas por R$ 200 e ser revendido posteriormente por até R$ 500.
Zona Oeste concentra roubos
A Zona Oeste de São Paulo concentra o maior número de celulares roubados e furtados na capital paulista. De acordo com a pesquisa do G1, 31.465 telefones acabaram levados por bandidos, de 1º de janeiro a 31 de dezembro daquele ano ano na área da 3ª Delegacia Seccional Oeste. Isso representa uma média de 86 aparelhos subtraídos a cada 24 horas em 12 meses.
Cada delegacia seccional coordena distritos policias. Em São Paulo são oito seccionais que dividem as responsabilidades sobre 93 delegacias. A 3ª Seccional Oeste, por exemplo, responde por 14 distritos.
Em 2014 jogos da Copa do Mundo foram realizados na cidade, levando turistas a bares e festas na Zona Oeste. Com isso, houve aumento da criminalidade na região. Em termos de roubos e furtos de celulares, isso representou uma mudança. Em 2013, a seccional Centro era a que mais teve telefones subtraídos na capital em comparação com outras seccionais. Tinham sido 29.591 aparelhos.
Resolução
Uma resolução editada em fevereiro pela secretaria tenta reduzir os roubos e furtos de celulares. A partir dela, a Polícia Civil de São Paulo passou a poder pedir o bloqueio dos celulares. Antes, as vítimas é que faziam os pedidos às operadoras.
Quem tiver o aparelho levado pode autorizar a polícia a solicitar o bloqueio do telefone. Para isso, será preciso informar o número de identificação do celular, chamado de Imei. Ele é uma espécie de Registro Geral (RG) do aparelho. Seu número geralmente está na caixa do telefone. Por isso é importante anotá-lo.
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