O vereador Gilberto Natalini (PV-SP) pediu nesta quinta-feira (22) ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) e ao prefeito Fernando Haddad (PT) que cancelem o Carnaval 2015 na cidade de São Paulo por causa da falta d'água.
Ele alega que a festa ameaça o abastecimento de água na Região Metropolitana porque atrai milhares de turistas. Segundo a SPTuris, a cidade recebe em média 120 mil turistas no carnaval.
A programação de blocos de rua começa no fim de janeiro, e os desfiles no Anhembi ocorrem entre 13 e 15 de fevereiro.
O Sistema Cantareira, reservatório que abastece 6,2 milhões de pessoas na Grande São Paulo, opera com 5,4% da capacidade nesta quinta-feira. Outros sistemas que atendem a capital, como o Alto Tietê, também estão com níveis críticos por causa da falta de chuva desde o ano passado.
Procurados pelo G1, o governo estadual, responsável pela gestão hídrica, e a Prefeitura, que organiza o carnaval, não tinham se manifestado até a mais recente atualização desta reportagem.
Segundo Natalini, que também preside a Comissão de Meio Ambiente da Câmara Municipal de São Paulo, os grandes eventos realizados na capital devem ser repensados de imediato porque também estimulam o consumo de água e sobrecarregam os sistemas de abastecimento, que já estão comprometidos.
"A única solução imediata para a crise neste momento é a economia nas torneiras. São Paulo tem uma série de grandes eventos, e o que eu peço para a Prefeitura e para o governo do estado é que repensem essa agenda até que a situação seja resolvida. É uma situação que passou de preocupante para uma calamidade pública", disse o vereador.
Multa por desperdício
A Câmara de São Paulo deve votar, assim que retornar do recesso, o projeto de lei que prevê multa aos moradores que desperdiçam água.
Caso a proposta seja aprovada pelo Legislativo, será penalizado quem for flagrado lavando carro ou calçada com mangueira, por exemplo. O valor das multas e outros detalhes do projeto não foram divulgados.
O projeto de lei foi criado após uma recomendação do governador Geraldo Alckmin a todos os prefeitos para que fossem criadas leis municipais para impedir o consumo excessivo de água. “Nós estamos esperando a Câmara voltar [do recesso] para encaminhar a proposta do governo do estado", disse Haddad quando apresentou o projeto.
Em outra frente, a Sabesp foi autorizada pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) a aplicar multa de 40% a 100% na conta de quem consumir mais água neste ano no comparativo entre fevereiro de 2013 e janeiro de 2014.
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