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Saúde

Nove perguntas que devem ser feitas ao ginecologista

A consulta regular é fundamental para tirar dúvidas e conhecer mais sobre o funcionamento do corpo.

Fonte: GuiameAtualizado: quarta-feira, 11 de julho de 2018 às 11:56
A consulta regular com o ginecologista é fundamental para tirar dúvidas. (Foto: Reprodução)
A consulta regular com o ginecologista é fundamental para tirar dúvidas. (Foto: Reprodução)

Após a primeira menstruação, é imprescindível visitar o ginecologista pelo menos uma vez por ano. Além de garantir a saúde, o encontro com o especialista é uma excelente oportunidade para sanar todas aquelas dúvidas que ficam na cabeça. No entanto, seja por vergonha ou esquecimento, nem sempre as mulheres perguntam tudo o que gostariam e acabam continuando sem essas respostas.

“Muitas guardam as dúvidas por um bom tempo por constrangimento ou medo de ser uma dúvida boba. Toda dúvida deve ser esclarecida e não há melhor local para isso que o consultório médico, ressalta o Renato de Oliveira, ginecologista responsável pela área de Reprodução Humana da Criogênesis.

Abaixo, o especialista listou nove perguntas que devem ser esclarecidas durante a consulta ginecológica. Confira:

1. Quais os cuidados diários que se deve ter com a região íntima?

As medidas são simples, mas essenciais. No banho, lavar adequadamente a região, com movimentos delicados e sabonetes próprios para o equilíbrio da flora natural e com pH próximo ao da pele. Evitar protetores diários, pois abafam a região e podem provocar corrimentos, coceiras e infecções. Evite o uso de roupas muito justas e de tecidos grossos, prefira roupas mais leves e evite papéis higiênicos perfumados. Quanto às calcinhas, priorizar as de algodão e colocá-las para secar sempre em um ambiente fresco e seco. Dormir sem calcinha é uma boa medida para permitir a ventilação vaginal. Jamais realizar duchas vaginais para a limpeza, pois pode alterar o pH normal da vagina, que está na faixa de 3,8 e 4,2.

2. Há um momento correto para utilizar a pílula do dia seguinte?

Quanto antes a pílula for tomada, maior a chance de sucesso. Estudos relatam que, nas primeiras 24 horas a eficácia da pílula gira em torno de 90%. Apesar de poder utilizá-la nos primeiros cinco dias, recomenda-se o uso em até 72 horas após o ato sexual.

3. Existe tratamento para a TPM (Tensão Pré-Menstrual)?

Sim, e de uma forma geral, há a abordagem conservadora (tratamento não medicamentoso) até tratamento medicamentoso ou mesmo cirúrgico. Dentre as intervenções não-medicamentosas, são propostas mudanças no estilo de vida, incluindo-se a prática de exercícios aeróbicos e modificações na dieta.

Pode-se citar alimentos ricos em vitamina B6, como pães integrais, atum, soja, lentilha, banana, batata e feijão. Os anticoncepcionais hormonais combinados ("pílula anticoncepcional") podem ser muito úteis, porém, sua prescrição seguirá os critérios de elegibilidade da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os medicamentos antidepressivos da classe inibidores da recaptação seletiva da serotonina são uma excelente opção, muitas vezes a primeira linha de tratamento dos sintomas relacionados à TPM, bem como sua forma mais intensa, o TDPM (transtorno disfórico pré-menstrual). O tratamento deve ser adaptado à gravidade dos sintomas e individualizado, portanto, sempre procurar um médico para uma melhor orientação.

4. Como devo escolher o melhor método contraceptivo?

Não existe o melhor método contraceptivo e sim o aquele que está de acordo com os critérios de elegibilidade da Organização Mundial de Saúde (OMS), conforme a avaliação de um profissional. Por exemplo, se a mulher apresenta dificuldades para ingerir medicamentos orais, ela deve analisar alternativas não orais, como o anel contraceptivo, o implante subcutâneo, os anticoncepcionais injetáveis, o adesivo e os dispositivos intrauterinos.

Outro exemplo serve para as mães que ainda estão amamentando, pois estas devem evitar métodos que contenham estrogênio, pois o hormônio altera a produção de leite. Para elas, os mais indicados são métodos não hormonais ou que tenham apenas o hormônio progesterona. A escolha fica entre o DIU, tanto o de cobre quanto o hormonal, o implante subcutâneo, injeção trimestral e comprimidos à base de progesterona.

5. Se eu esquecer de tomar a pílula, como proceder?  

Em caso de esquecimento, tome-a assim que lembrar, e a próxima, no horário regular. Se passar um dia, tome os dois em conjunto e mantenha a ordem dos demais. Caso haja o esquecimento de mais de dois comprimidos, deve-se orientar à utilização de preservativos durante sete dias, tomando as pílulas restantes de forma habitual.

6. Quais os benefícios e os malefícios de suspender a menstruação?

Para uma mulher que não usa nenhum método contraceptivo e não está grávida, a ausência de menstruação pode indicar algum distúrbio. A menstruação também pode representar incômodos como dores, inchaços, cólicas e a tensão pré-menstrual (TPM). O mais importante desta discussão é entender que, exceto em situações nas quais a não menstruação é decorrente de algum distúrbio, menstruar ou não é uma opção da mulher moderna e deve ser conversado com o médico.

7. Usar anticoncepcional engorda ou causa infertilidade?

Os métodos estão cada vez mais modernos e utilizam baixas doses de hormônios, causando o mínimo possível de transtorno em relação ao peso e, desde que não existam contraindicações, costumam ser bem tolerados. No entanto, cada organismo responde de uma forma e a não adaptação a algum método pode ocorrer. Acompanhamento médico é fundamental.

Quanto ao risco de câncer, o uso de métodos contraceptivos contínuos pode diminuí-lo no endométrio e no ovário. É muito importante frisar que os métodos hormonais não causam infertilidade. A interrupção do método e o retorno dos ciclos menstruais sugere o retorno à fertilidade. No entanto, há outros fatores que podem associar-se à dificuldade de engravidar, como a idade. Dessa forma, não é o fato de ter usado 10 a 15 anos de anticoncepcional, por exemplo, que dificulta a gravidez; mas sim, ter estes anos a mais no momento que desejar engravidar.

8. Ter dor na relação sexual é normal?

Não. Entretanto, deve-se entender que em alguns momentos a dor pode ocorrer. Na hora da penetração, pode estar associada à falta de lubrificação adequada, traumas, lesões vaginais e dificuldade de relaxamento da musculatura da vagina. Quando a dor é de profundidade, pode estar relacionada apenas à posição ou algumas patologias, como endometriose, cistos ovarianos ou miomas de grandes dimensões.

9. As pílulas anticoncepcionais previnem doenças sexualmente transmissíveis?

Não, a pílula anticoncepcional pode prevenir a gravidez. A forma mais segura de prevenir doenças é usando preservativo, que pode ser feminino ou masculino.

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