Pornografia pode levar homens a cometerem abuso sexual, dizem pesquisas

Pesquisadores têm alertado para o aumento no número de casos de violência sexual e apontado para a pornografia como fonte disso.

Fonte: Guiame, com informações do Life Site NewsAtualizado: quarta-feira, 4 de dezembro de 2019 às 10:42
Pesquisas apontam que a pornografia tem estimulado homens a cometerem abuso sexual. (Foto: shutterstock.com)
Pesquisas apontam que a pornografia tem estimulado homens a cometerem abuso sexual. (Foto: shutterstock.com)

Cada vez mais surgem novos indícios de que a pornografia pode levar homens a cometerem abuso sexual. É o que o escritor e diretor de comunicações do Centro Canadense de Reforma da Bioética, Jonathon Van Maren apontou em seu artigo recente para a página conservadora "LifeSiteNews".

Logo no início de seu texto publicado recentemente no portal, ele aponta que viu recentemente o depoimento de uma diretora de filmes pornográficos, alertando que a pornografia estava disseminando a violência sexual no contexto romântico, e que o forte aumento dos casos de enforcamentos durante os atos sexuais era evidência disso.

"Tapas na cara, enforcamentos e cuspidas na cara se tornaram o alfa e o ômega de qualquer cena pornô", observou a diretora.

Jonathon apontou que de fato, as estatísticas americanas cobertas pelo The Atlantic revelaram recentemente que quase um quarto das mulheres americanas sentem medo durante a intimidade como resultado da violência aparentemente "espontânea", inspirada na pornografia, uma tendência que se disseminou cada vez mais nos últimos anos.

O colunista explicou que já havia falado sobre o assunto anteriormente e citou a resposta de um comediante sobre sua abordagem.

"Em resposta à minha coluna, o suposto comediante Billy Procida (que também apresneta o "podcast Manwhore") tuitou com raiva para mim que as mulheres estavam 'pedindo para serem enforcadas', que 'enforcar não é prejudicial' e que eu não deveria 'enforcar alguém sem aprender a fazê-lo adequadamente'", contou Jonathon. "Ele não se importou com a minha resposta de que esse era o tipo de coisa que os caras que assistiam muita pornografia diziam".

Estatísticas

Jonathon então apresentou mais um indício de sua afirmação, citando uma pesquisa recente da Rádio BBC.

"Apesar das defesas repulsivas de violência sexual disfarçadas de 'consentimento' dos homens Marlboro da indústria pornô, as evidências continuam a se acumular. Além das estatísticas americanas arrepiantes, a BBC agora está relatando que suas próprias pesquisas, conduzidas pela BBC Radio 5 Live e ComRes, indicaram que 38% das mulheres britânicas com menos de 40 anos de idade 'foram submetidas a enforcamentos indesejados, tapa, cuspir ou engasgar durante sexo consensual", destacou.

A pesquisa, que solicitou respostas de 2.002 mulheres entre 18 e 39 anos de idade, revelou que "pouco menos de dois terços delas já experimentaram ou disseram que nunca era indesejável (31%) ou que não haviam experimentado, não sabiam ou preferiam não dizer (31%) [enforcamentos durante o ato sexual]".

Um total de 20% "disse que ficou chateada ou assustada com a interação".

"Além disso, os ativistas estão declarando precisamente o que venho observando há vários anos: que a pesquisa, encomendada após o julgamento de Grace Millane, no qual o réu usou uma defesa do 'sexo violento', mas foi considerado culpado por assassinar a mulher, mostra como a violência durante o sexo consensual está se tornando cada vez mais normalizada", alertou o colunista.

"Aparentemente, isso está se tornando perturbadoramente comum", acrescentou.

"Sensíveis demais"

Fiona McKenzie, que começou a registrar casos de mulheres assassinadas ou feridas por homens que depois se defenderam, alegando que suas ações constituíam "sexo violento consensual", diz que houve um aumento nesses casos porque a violência sexual é "normalizada no mídia e na pornografia". Atividades como asfixia e tapas que foram disseminadas pela pornografia, ela diz, aparecem consistentemente nos contos traumáticos de abuso que as mulheres contam.

"De fato", diz McKenzie, "as mulheres que não querem que a violência sexual faça parte de seus relacionamentos são frequentemente ridicularizadas por quem agora diz que esse comportamento é socialmente normal".

A pesquisadora também alertou que essas mulheres têm sido consideradas "fracas" ou "sensíveis demais" rejeitarem esse tipo de violência no ato sexual em seus respectivos relacionamentos.

"As mulheres nos dizem que foram envergonhadas por serem 'nutela' ou por não quererem essa violência", observou ela, "e se manifestar contra isso é 'um absurdo'. Na cultura atual da libertação sexual total, mulheres e meninas estão se sentindo envergonhadas e pudicas se não quiserem ser abusados ​​por seus parceiros masculinos. Foi isso que a Revolução Sexual e a praga da pornografia viral fizeram à nossa cultura".

 

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