Chanucá (ou Hanukkah) é a Festa da Dedicação ou o Festival das Luzes, com duração de oito dias, cujo propósito é comemorar a rededicação do Templo Judeu pelos Hasmoneus, também conhecidos como Macabeus. Também é celebrada a milagrosa multiplicação do suprimento de óleo de um único dia durando oito dias inteiros no processo dessa rededicação.
“Sob a liderança de Judas Macabeu, apelido que significa ‘martelo’, o povo judeu travou uma guerra de guerrilha contra as forças do rei Antíoco”, explica o professor de interpretação do Novo Testamento William F. Cook.
“Embora em grande desvantagem numérica, os rebeldes judeus obtiveram uma vitória surpreendente e retomaram o templo. No dia 25 de Kislev 164 aC, o templo profanado foi reconsagrado e sacrifícios foram oferecidos a Deus de acordo com a lei mosaica”.
Em um artigo recente, Cook explica como Jesus cumpre o Chanucá.
Cook começa esclarecendo que o Chanucá não é o Natal judaico, embora as celebrações modernas de ambas as festividades sejam comemoradas em épocas semelhantes a cada ano, mas o pano de fundo do festival judaico não está relacionado ao nascimento de Jesus.
“No entanto, isso não significa que o Hanukkah não possa nos ensinar sobre Jesus”, diz o professor. “Em João 10:22–42, o apóstolo nos mostra como Jesus cumpre três elementos-chave dessa festa judaica — o herói, o templo e as luzes.”
Jesus e Chanucá
Citando João 10:22–42, o professor Cook diz que esta passagem conclui um ciclo festivo iniciado em João 5:1–10:42: Sábado (cap. 5), Páscoa (cap. 6), Tabernáculos (7:1–10:21) e Dedicação (10: 22–42).
“João mostra como Jesus cumpre essas grandes celebrações judaicas e como cada festa revela mais plenamente a pessoa e a obra de Jesus. O que João queria que aprendêssemos sobre Jesus em seu relato sobre Jesus participando da Festa da Dedicação?”, questiona o professor.
Cook, que é pastor principal da Ninth and O Baptist Church em Louisville, EUA, elenca três ensinamentos em seu artigo sobre Jesus e o Chanucá:
1. Jesus como Herói do Hanukkah
O Festival das Luzes teria lembrado o povo da liderança heroica de Judas Macabeu. No entanto, em João 10, alguém maior do que Judas estava entre eles. A identidade de Jesus se destaca nesta passagem e em todo o Evangelho de João. A declaração de propósito de João, encontrada em 20:31, diz: “Mas estas [coisas] foram escritas para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome”. Os dois títulos que João destaca nesta declaração de propósito, “Cristo” [Messias] e “Filho de Deus”, nos ajudam a entender a visita de Jesus à festa.
Cook diz que enquanto Judas era uma figura militar heroica, ele era apenas um homem. Na festa, Jesus declarou ser tanto o Messias quanto o Filho de Deus.
“Os judeus pediram a Jesus que lhes dissesse ‘claramente’ se ele era o Messias (10:24). Se eles não tinham certeza de quem Jesus acreditava ser, ficou claro quando ele confessou: ‘Eu e o Pai somos um’ (v. 30).”
2. Jesus como Templo de Chanucá
Enquanto o povo se regozijava e celebrava a purificação e rededicação do templo, explica Cook, ele mostrava que alguém maior do que o templo judaico estava no meio deles (Mateus 12: 6).
“O templo do qual o povo judeu tinha tanto orgulho seria destruído pelos romanos em 70 dC e do ponto de vista dos primeiros seguidores de Jesus, o templo foi substituído em 30 dC, décadas antes de os romanos destruí-lo. A glória de Deus uma vez residiu no tabernáculo e depois no templo, mas a glória shekinah de Deus agora residia em seu Filho. Como João declara tão lindamente: ‘O Verbo se fez carne e habitou entre nós, e nós vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade’ (João 1:14).”
Cook lembra que no início do ministério de Jesus, ele se identificou como o novo templo.
“Em João 2:19, ele disse aos líderes religiosos em Jerusalém: ‘Destruam este templo e em três dias o levantarei’. João nos diz que Jesus estava falando sobre o templo de seu corpo (2:21). O templo que tanto significava para o povo judeu, especialmente durante a Festa da Dedicação, era apenas um acessório temporário até a chegada deste verdadeiro templo.”
“Por sua vida, morte e ressurreição, Jesus substitui o templo e se torna o lugar onde nos encontramos com Deus e experimentamos sua glória”, diz o professor do Novo Testamento.
3. Luzes de Jesus e Chanucá
Cook diz que a imagem da luz desempenha um papel importante no Chanucá “porque a luz do templo foi extinta durante a profanação síria e depois restaurada por Judas Macabeu”.
“Mas João quer que vejamos que Jesus é a luz que brilha mais forte do que as luzes de Chanucá. Em João 8:12, Jesus disse: ‘Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida’”.
O professor diz que isso é algo que Judas Macabeu nunca poderia dizer: “A escuridão que engolfou a nação judaica sob o reinado de Antíoco Epifânio não foi totalmente removida pela vitória de Judas, mas apenas pela vitória de Jesus”.
Cook cita os versículos que apoiam tal argumento: “E Jesus continua a brilhar na escuridão, e as forças das trevas nunca o vencerão (1:5). Está chegando o dia em que a nova Jerusalém não terá necessidade de luminares celestiais ou terrestres, ‘porque a glória de Deus a ilumina, e a sua lâmpada é o Cordeiro’ (Ap 21:23)”.
Cook conclui declarando que “Jesus é o nosso herói maior. Jesus é o nosso templo maior. Jesus é a nossa luz maior. Jesus cumpre Chanucá!”.
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