No Irã, assim como em muitos países do Oriente Médio, ser cristão e se reunir com outros crentes é crime, por isso, eles vivem e compartilham sua fé secretamente. Se descobertos, os cristãos podem ser condenados à prisão ou até a morte.
Foi o caso de Taher*, um cristão irariano descoberto pela polícia secreta do país islâmico, que foi preso, interrogado e condenado à morte pelo crime de “apostatar” da fé muçulmana.
Certo dia, enquanto Taher trabalhava, a polícia secreta invadiu a casa de sua família. Um homem se identificou como funcionário do correio para a esposa de Taher, Donya, e antes que a mulher pudesse fechar a porta, os demais policiais entraram na casa, revistando e roubando pertences da família. Eles procuravam evidências da fé cristã na residência.
“Em nossa igreja doméstica, costumávamos cantar 'Eu entrego tudo'. E sempre perguntávamos uns aos outros: 'Você está pronto e disposto a entregar tudo a Jesus?'”, contou Donya. Ela relata que, enquanto a polícia secreta invadia sua casa, disse ao Senhor: “Estou pronta para entregar tudo”.
O serviço secreto mandou Donya ligar para o esposo e pedir que ele viesse imediatamente para a casa. Quando Taher chegou em sua residência, foi algemado, vendado e levado embora num carro. “Bem naquele momento, senti Jesus ao meu lado”, conta o cristão.
Um risco que vale a pena
Quando perguntada se tudo o que passaram por Cristo vale a pena, como perder a casa, o trabalho, os amigos, a família e os bens materiais, Donya afirma com convicção: “Jesus vale tudo. Na minha opinião, ainda não pagamos nenhum preço”.
Taher não foi pego de surpresa, ele sabia que o serviço secreto tinha os cristãos como alvo. Mas apesar do perigo, Taher acreditava que valia a pena correr o risco para compartilhar Jesus com outras pessoas e discipular novos crentes. Assim, ele se encontrava secretamente com amigos e colegas de trabalho para falar do Evangelho.
Na prisão, Taher foi interrogado por dias e noites. A polícia queria saber o que ele fazia quando encontrava outros cristãos, que hinos cantavam e principalmente, queria que ele escrevesse os nomes dos outros crentes. Os policiais colocaram uma caneta diante dele e esperavam. Mas, corajosamente, Taher se negou a denunciar seus irmãos em Cristo.
Em vez disso, ele levou a caneta escondida para sua pequena cela e escreveu num canto da parede a passagem de Mateus 7.7: “Peçam e lhes será dado; busquem e acharão; batam, e a porta será aberta para vocês”. A mensagem era para encorajar outros cristãos que talvez iriam passar pela mesma prisão.
Depois de tentar interrogar Taher e não obter sucesso, a polícia secreta ameaçou sua família. Levando-o para um bloco onde assassinos, estupradores e outros criminosos perigosos estavam presos, eles lhe perguntaram:
“É aqui que você quer que seus filhos vão? É aqui que eles vão parar se você não cooperar e nos dar agora os nomes dos cristãos que você conhece!”
Taher relatou o episódio com lágrimas nos olhos e disse que foi o maior teste de sua fé. Ele queria proteger sua família, mas lembrou da letra da canção “Eu entrego tudo” e sua fé permaneceu forte e ele não traiu seus irmãos.
Livre da prisão
Milagrosamente, o juiz que julgava o caso de Taher revogou sua sentença de morte e deu sua liberdade. Mas avisou que, se fosse pego novamente compartilhando sua fé cristã, seria executado.
Porém, o cristão fez exatamente o contrário do que o juiz havia aconselhado. “Voltei para casa e comecei a ministrar e evangelizar novamente”, contou Taher.
Depois de sua libertação, a polícia secreta continuou espionando ele e sua família. Taher foi assediado e não conseguiu mais emprego. Então, a família decidiu deixar o Irã para se refugiar na Turquia.
Por enquanto, a nova vida é difícil na Turquia, já que os refugiados quase não têm direitos e conseguir um trabalho é um desafio. Mas a família de Taher está grata por viver com mais segurança.
Quando perguntada se tudo o que passaram por Cristo vale a pena, como perder a casa, o trabalho, os amigos, a família e os bens materiais, Donya afirma com convicção: “Jesus vale tudo. Na minha opinião, ainda não pagamos nenhum preço”.
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