POPULAÇÃO: 83,5 milhões
CRISTÃOS: 800 mil
RELIGIÃO: Islamismo, cristianismo, zoroastrismo e judaísmo
GOVERNO: República teocrática
LÍDER: Hassan Rohani
POSIÇÃO: 8º na Lista Mundial da Perseguição
Conhecido oficialmente como República Islâmica do Irã, o país que fica na Ásia Ocidental é a antiga Pérsia dos textos bíblicos. A segunda maior nação do Oriente Médio é o lar de uma das civilizações mais antigas do mundo. O Irã se destacou na Idade de Ouro Islâmica, produzindo vários cientistas, acadêmicos, artistas e pensadores.
Atualmente, a nação é conhecida por seu governo autocrático e por exercer grande influência na segurança energética internacional e na economia mundial através de suas grandes reservas de combustíveis fósseis — gás natural e petróleo. A história política recente, com a reeleição do presidente Rouhani, em maio de 2017, enfatiza o surgimento de uma política moderada no Irã.
Porém, as eleições para o chefe da Assembleia de Peritos elegeram um líder antiocidente linha-dura. Além disso, o intransigente Ebrahim Raisi foi apontado como chefe do judiciário em março de 2019. Esse é um claro lembrete de que, no final das contas, apesar de parecer ser um processo democrático, é o líder supremo quem mexe os pauzinhos na política iraniana.
Como isso pode afetar a Igreja no país?
O governo iraniano entende que a conversão de muçulmanos ao cristianismo é uma ameaça ao domínio islâmico no país. Então, os cristãos ex-muçulmanos são perseguidos pelo governo.
Família e comunidade participam dessa perseguição, já que enxergam como traidores aqueles que abandonam o islã e os costumes da religião.
Por conta desse cenário, as igrejas existem de maneira secreta e, quando são descobertas passam a ser invadidas, e todos os líderes e membros são presos. Eles recebem longas sentenças de prisão por “crimes contra a segurança nacional”.
Muitas famílias iranianas são muçulmanas nominais e, por isso, alguns novos cristãos são aceitos pela família, mas as que seguem o islamismo mais rígido são hostis às conversões dos parentes.
Apesar dos cristãos de comunidades armênias e assírias serem reconhecidos e protegidos pelo Estado, eles são tratados como cidadãos de segunda classe e não têm permissão para compartilhar sobre Jesus ou falar em persa durante os cultos na igreja.
Situação dos cristãos após a pandemia por Covid-19
A Covid-19 atingiu duramente o Irã e muitos cristãos ficaram desamparados, necessitando de comida e ajuda. As medidas para combater o vírus dificultaram a comunicação entre os cristãos, por isso aderiram à comunhão e ao discipulado on-line.
Muitos prisioneiros iranianos, incluindo alguns presos por causa da fé, foram libertados da prisão para combater a propagação do vírus nas penitenciárias lotadas. No entanto, muitos cristãos permaneceram presos e houve a condenação de outros.
Como homens e mulheres cristãs são perseguidos
Desde que o governo começou a visar membros de igrejas clandestinas, ao invés de apenas seus líderes, as mulheres cristãs tornaram-se cada vez mais vulneráveis.
Embora o estupro seja ilegal, é muito difícil fazer uma denúncia, porque a vítima de abuso sexual deve fornecer quatro testemunhas oculares do sexo masculino e duas do sexo feminino para denunciar o crime. Na prática, isso dá imunidade àqueles que usam violência sexual para perseguir mulheres cristãs.
As cristãs que não usam as roupas obrigatórias em público, como o hijab (véu islâmico) e roupas largas que cobrem o corpo, podem ser condenadas com multas ou açoites; elas também enfrentam discriminação no mercado de trabalho.
Já os homens cristãos ex-muçulmanos são vistos como pessoas que fizeram a escolha errada, logo, a punição é mais severa e eles têm maior probabilidade de enfrentar abusos físicos e tortura.
É comum que cristãos sejam encarcerados por um longo tempo em condições terríveis. Muitos fogem para países do Ocidente, deixando a igreja iraniana com menos líderes experientes e maduros.
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