Nasser Navard Gol-Tapeh, um cristão, vai completar seu aniversário de 60 anos na Prisão de Evin, conhecida como a “fábrica de tortura” do Irã. Preso por sua fé, Nasser pediu oração para que o “consolo do Senhor” o alcance na sua provação.
O cristão, condenado a 10 anos de prisão por fazer parte de uma igreja doméstica de Teerã, acaba de saber que seu pedido de liberdade condicional foi rejeitado. “A notícia vem como um duro golpe para o cristão, tendo sido regularmente assegurado pelas autoridades da prisão nos últimos meses que seu pedido seria aceito”, afirmou o Article 18, organização que trabalha pela liberdade religiosa no Irã.
Nasser é elegível para a prisão condicional, após cumprir um terço de sua pena. O cristão perseguido já fez três pedidos de novos julgamentos desde que foi sentenciado em janeiro de 2018, mas todos foram rejeitados.
A condenação do homem foi baseada em evidências fornecidas pelo Ministério de Inteligência do Irã. Porém, o advogado de Nasser não pode ter acesso aos documentos, que além disso, não foram apresentados durante o julgamento.
Cartas às autoridades
Como um “Paulo moderno”, Nasser escreveu cartas abertas às autoridades, questionando a legislação que considera o culto cristão uma ação contra à segurança nacional, criminalizando o cristianismo no país.
“A comunhão de alguns irmãos e irmãs cristãos na casa de alguém, cantando canções de adoração, lendo a Bíblia e adorando a Deus está agindo contra a segurança nacional?”, escreveu o prisioneiro em suas primeiras cartas.
Com convicção, o cristão afirmou: “Estou na prisão por causa da minha fé em Jesus Cristo. Minha prisão servirá para promover o Evangelho”.
No ano passado, ele também escreveu: “Estou confiante em todas as dificuldades e acredito que serei livre por aquele em que espero, porque o Senhor nosso Deus não se esquece de seus filhos. Então deixe-me ser ousado e dizer: 'O Senhor é meu ajudador'”, declarou Nasser.
Depois de frequentes garantias das autoridades prisionais de que seria libertado, o cristão recebeu uma carta do procurador de Teerã, escrita à mão, informando de que não lhe seria concedida a liberação condicional.
Então, a espera do cristão perseguido continua.
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