As igrejas da província chinesa de Jiangxi receberam um aviso das autoridades no início de julho, exigindo que retirassem suas cruzes e as substituísse por uma imagem da bandeira da China ou do presidente Xi Jinping.
A denúncia está sendo feita pela organização ChinaAid, que luta pelos direitos dos cristãos perseguidos na China.
Apenas na cidade de Xinyu, mais de 100 igrejas receberam esse comunicado, provocando medo em muitas comunidades. Para retaliar as congregações que não seguiram as ordens, os agentes do governo demoliram a cruz de uma das igrejas.
Na manhã de domingo, dois funcionários interromperam o culto de um vilarejo na igreja e exigiram que os membros não exibissem o símbolo do cristianismo.
“Eles queriam derrubar a cruz”, contou Liu, que é responsável pela igreja. “Deixei claro para eles que a cruz não deveria ser destruída. Eles disseram que não era isso que estavam querendo dizer e perguntaram novamente se poderíamos ou não pendurar a bandeira nacional. Agora, eles admitiram [sua intenção]”.
Outra filial da igreja, localizada no centro de Xinyu, também foi convocada a fazer o mesmo, mas depois que os membros negociaram, as autoridades fizeram concessões. “A igreja se opôs unanimemente ao desmantelamento da cruz”, disse Liu.
De acordo com Liu, as autoridades também proibiram os pais cristãos de levarem as crianças à igreja, ainda que isso contrarie a liberdade religiosa garantida pela a Constituição Chinesa.
“Essa política está em conflito com a Constituição. Quando os filhos nascem, eles são cidadãos da República Popular da China e têm liberdade de crença. A liberdade religiosa das crianças não pode ser interferida. Eles podem seguir as crenças dos pais”, argumenta Liu.
De acordo com a lei chinesa, os regulamentos e políticas devem operar de acordo com a Constituição, mas isso não se aplica à realidade dos cristãos. Todas as ordenanças que proíbem crianças de terem crenças religiosas deveriam ser consideradas inconstitucionais.
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