A guerra na Ucrânia já completou um mês e, desde então, a população tem sido vítima de bombardeios russos nas principais cidades do país. Antes dos ataques acontecerem, sons de sirenes alertam as pessoas para que se abriguem. No entanto, para as pessoas com deficiência auditiva esses avisos não funcionam.
Pensando nisso, a organização cristã Deaf Bridge (Ponte surda) está com missionários no país para ajudar as pessoas surdas, incapazes de ouvir as sirenes ou de se nortearem para encontrar rotas de evacuação, a escaparem da Ucrânia.
“Temos nove vans indo para várias partes da Ucrânia e trazendo surdos”, diz Stacey McKenzie, da Deaf Bridge. “Mais de 800 refugiados (surdos) passaram pelo centro de surdos, não incluindo aqueles que passaram (atravessaram a fronteira) por conta própria.”
O marido surdo de Stacey McKenzie, Chris, começou a Deaf Bridge para treinar e equipar plantadores de igrejas surdos. Quando a Rússia invadiu a Ucrânia, amigos que viviam no país começaram a enviar mensagens para Chris nos Estados Unidos pedindo ajuda.
Mapas e mensagens
Até o momento, milhares de civis ucranianos já morreram e milhões deixaram suas cidades e casas em direção a outros países. Nesse êxodo, aqueles que têm dificuldades de audição são facilmente afetados pela desorientação.
“As pessoas não sabiam onde as pontes foram retiradas. Então estávamos olhando mapas e ajudando-os a navegar [enquanto estávamos nos Estados Unidos] porque eles não estavam recebendo mensagens de rádio ou qualquer outro tipo de instrução”, diz McKenzie.
“Eles não sabem quais são as rotas seguras, onde estão os postos de controle. Também ouvimos falar de uma família que foi para seu próprio abrigo e não percebeu que todos os outros haviam deixado seu prédio”, conta.
Esforços
Hoje, Chris está liderando os esforços para trazer refugiados surdos da Ucrânia para a Romênia. “Na fronteira da Romênia, há um centro de surdos nos campos de refugiados, então [eles têm] todos os recursos em um local centralizado”, diz McKenzie.
“Temos algumas pessoas na Ucrânia que podem se comunicar com os surdos, e agora a informação está fluindo um pouco melhor. Mas… muitas pessoas não estão conectadas ou estão apenas pedindo ajuda. Estamos tentando alcançá-los também”, informa.
“Gás e transporte são os maiores custos. Temos nove vans e motoristas, e a gasolina para eles é muito cara”, diz McKenzie.
“Também há pessoas (surdas) que não têm acesso à alimentação, ou fisicamente não conseguem sair. Estamos entregando alimentos e medicamentos e quaisquer outros recursos necessários para essas pessoas em toda a Ucrânia”, informa.
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